Ou muito me engano ou os bolsonaristas nas redes sociais e fora delas estão de mau humor. Por que será? Não acreditam que Bolsonaro se elegerá no primeiro turno, como ele tem dito?
Não acreditam que o “Datapovo” está certo e que os outros institutos de pesquisa estão errados? O “Datapovo” baseia-se no que Bolsonaro vê, imagina que vê, ou gostaria de ver.
Sem essa de perder a fé antes da hora. Que percam no próximo domingo depois do fechamento das urnas. Ou no domingo dia 30 se houver segundo turno. Deus tudo observa, mas não se mete.
Bolsonaro estava à beira de uma crise de nervos, não está mais. Avançou. Agora, está em crise, e não a superará tão cedo. As coisas não estão boas para seu lado. E não há sinais de melhora.
Ele teve a ideia de visitar o Nordeste pela última vez antes das eleições. Foi a Petrolina, Pernambuco, fortaleza de votos do ex-líder do seu governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB).
Montou em um touro para dar demonstração de coragem. Colou adesivos nos chifres do touro. Agentes de segurança mantiveram o touro parado. E o touro nem se mexeu porque era manso demais.
As pessoas notaram e não gostaram. Havia pouca gente para recebê-lo. Bezerra Coelho sequer apareceu. Um dos seus filhos é candidato ao governo. Recepcionar Bolsonaro pegaria mal.
Não poderia faltar uma motociata, embora modesta. E Bolsonaro, ao passar diante de uma escolha infantil, ouviu o grito de um coral de crianças: “Bolsonaro, vai tomar no cu”.
E bem que ele se esforçou para agradar a todo mundo. Disse que não havia no Nordeste ninguém mais nordestino do que ele. E, de novo, chamou os nordestinos de “cabras da peste”.
Xingou Lula na região mais lulista do país. Atacou prefeitos e governadores por terem adotado o “fique em casa” durante a pandemia. E, ao retornar a Brasília, xingou Alexandre de Moraes.
O que fez o ministro desta vez? A pedido da Polícia Federal, quebrou o sigilo telefônico de um ajudante de ordem de Bolsonaro, suspeito de transações tenebrosas feitas no Palácio do Planalto.
Não que Bolsonaro fosse capaz de pôr a cara no fogo pelo ajudante como disse que faria por Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, preso por bancar negócios sujos de pastores evangélicos.
Mas as transações financeiras do ajudante de ordem teriam beneficiado Bolsonaro e sua família, incluída a primeira-dama. Michelle, com aquela carinha de anjo, parece estar em todas.
*Noblat/Metrópoles