População mais politizada está ao lado de Lula e não o contrário

População mais politizada está ao lado de Lula e não o contrário

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O acirramento do jogo eleitoral e a divulgação diária dos dados de pesquisa de intenção de votos há menos de uma semana das eleições presidenciais no Brasil faz com que os supostos “especialistas” e “entendidos” de plantão da grande imprensa monopolista façam as mais cínicas e constrangedoras conjecturas que somente encontram aceitação em núcleos despolitizados da sociedade.

Em quase todos os institutos de pesquisa, parece haver um consenso: o de que em locais mais pobres a população está mais propensa a votar em Lula e nas regiões mais ricas a tendência é pró-Bolsonaro. De fato, em que pese a veracidade destes dados, existe também uma forma extremamente controvertida e equivocada de interpretar e divulgar estas informações. A grande imprensa, como de costume, está engajada desde sempre num projeto de manipulação das informações e busca com isso criar a versão de Mundo alinhada com os interesses do grande poder econômico. Se não é possível utilizar todo o aparato de manipulação e enganação da grande mídia seja ela televisiva, radiofônica ou das Big Techs (redes sociais) para levar a população a aderir a um projeto da Direita Neoliberal, resta então trabalhar ideias estapafúrdias de um Brasil que não corresponde com a realidade. Não interessa a estes setores vincular as intenções de voto a um fenômeno real de conscientização política do povo, é necessário menosprezar estes dados, vinculá-los a uma “suposta” ignorância dos mais pobres. E estas constatações recebem grande repercussão nos setores médios da sociedade que, arrogantes e ignorantes da luta que se trava nos bastidores do país aderem com docilidade o discurso dominante. Por este motivo é dever de todos os brasileiros acompanharem a grande imprensa com grande teor de criticidade e terem conhecimento da política real antes de opinar o que quer que seja.

Diante da impossibilidade de um candidato da Direita Neoliberal ou da Extrema-Direita emplacar, os ditos “especialistas” em eleições – ao analisarem os dados de intenção de votos – transparecem a ideia de que o eleitorado urbano das regiões Sul e Sudeste, ou seja, de classes médias ou classes altas são mais simpáticos à Direita por terem supostamente acesso a uma Educação de “qualidade”. A realidade é que o acesso ou falta de acesso à Educação, em grande medida não reflete necessariamente a consciência política concreta de uma determinada população. O que estabelece o conhecimento da realidade política é a experiência de vida real – em especial no que se refere à questões do Mundo do trabalho. A experiência de vida real não é aquela encontrada nos condomínios fechados de bairros de classe alta de São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte e afins.

O fato de alguns setores de classe média alta penderem para o lado de Bolsonaro em nada quer dizer se tratar de uma “população consciente” ou “politizada”, é justamente o contrário. Trata-se de uma camada da população que perdeu total relação com o Mundo real, uma população alienada, idiotizada por um cenário totalmente fictício que ela própria financia e refinancia. Os setores médios estáveis e abastados da população, pela sua situação de maior conforto estrutural estão afastados geográfica e ideologicamente da realidade de trabalho e lutas diárias, desta forma tendem a relativizar a gravidade do governo de Jair Bolsonaro, um governo comprometido com uma agenda extremamente nociva aos interesses da maioria esmagadora da população brasileira e que ataca direitos consagrados do Mundo do trabalho conquistados por muitas lutas no passado, um governo que sucateia serviços públicos e acena diariamente para banqueiros além de fazer o proselitismo tradicional do constrangedor lema “Deus, pátria e família”, um lema adaptado a quem gosta de ser enganado.

A pergunta que não quer calar: quem é mais inteligente? Quem é mais politizado? O apoiador do “mito” ou a camada que sabe o significado político de Lula? Embora Lula seja um negociador de mão cheia com a própria Burguesia, Lula é um representante do trabalhador urbano, é originário desta camada explorada da população que sofre as consequências diárias das políticas irresponsáveis do setor financeiro que destrói o tecido social brasileiro e que financiou o Golpe de Estado de 2016, um Golpe que em realidade usou o povo para atacar o próprio povo com a agenda de reestruturações neoliberais.

Mas é claro, esta discussão jamais será levada ao ar em horário nobre nas “conceituadas” atrações jornalísticas da Grande imprensa monopolista, que se orgulha de ser o veículo “idiotizante” por natureza e que dialoga com as camadas idiotizadas. Mas o povo politicamente consciente do Brasil dará a resposta aos eleitores da Direita, seja a Extrema Direita ou seja a Direita Neoliberal no próximo dia 3 de outubro. E a mensagem transmitida por grande parte da população brasileira será clara: não há espaço para a Direita Neoliberal e para a Burguesia, estas camadas estão em guerra contra os interesses da classe trabalhadora brasileira e não possuem nenhuma consciência ou politização do que quer que seja.

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