A pesquisa Datafolha, contratada pela Globo e pela Folha de S.Paulo, e divulgada nesta quinta-feira (15), mostrou que um total de 53% dos eleitores disse não votar em Jair Bolsonaro (PL), alta de dois pontos percentuais na comparação com o último levantamento, divulgado na sexta-feira (9) passada.
Segundo nova pesquisa do Datafolha, 53% dos eleitores dizem não votar de forma alguma no presidente, enquanto 38% falam o mesmo de seu principal rival, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista tem, neste levantamento, 45% das intenções de voto no primeiro turno, ante 33% de Bolsonaro.
O cenário é de estabilidade em relação à aferição anterior do instituto, feita na semana passada. Ali, o mandatário tinha 51% de rejeição e o presidenciável do PT, 39%.
O desenho deste levantamento, feito de terça (13) a quinta (15), já ocorre sob o impacto de uma nova inflexão do comando político da campanha de Bolsonaro, tentando suavizar a imagem do presidente enquanto eleva o tom dos ataques contra o principal rival.
Nos últimos dias, Bolsonaro já pediu desculpas por frases de péssima repercussão, como aquela em que não comentava a mortalidade pela Covid-19 porque não era coveiro, e viu seu entorno mobilizar-se para criticar o deputado bolsonarista que atacou a jornalista Vera Magalhães após o debate do candidatos a governador em São Paulo.
Pelo histórico de agressividade associada a Bolsonaro, é uma tentativa de eficácia duvidosa e que vai de encontro com a dificuldade geral da campanha de auferir resultados de medidas como a queda no preço dos combustíveis ou o programa de renda Auxílio Brasil.
Para Lula, a estabilidade mostra que talvez o “recall” do antipetismo neste primeiro turno já tenha alcançado um teto. Em maio, o petista tinha 33% de rejeição, subindo para o patamar atual, registrado nesse e nos dois levantamentos passados.
A propaganda de Bolsonaro, o presidente e seus aliados têm usado os casos de corrupção nos governos petistas, além de ser referir a Lula como ex-presidiário. Nesta semana, fez acusações de misoginia ao petista, algo usualmente usado contra o próprio Bolsonaro.
Não houve efeito aparente. Entre as mulheres, a rejeição ao presidente segue maior nominalmente, 56%, do que no geral. Já dizem não votar nunca em Lula 35% das mulheres. Elas compõem 52% da amostra da pesquisa.
*Com Folha