Ala ideológica se opõe ao marketing e o culpa por dificuldade de Bolsonaro de crescer nas pesquisas.
Segundo Bela Megale, O Globo, a menos de um mês do primeiro turno, a campanha de Bolsonaro vive um novo racha. O motivo dos embates, desta vez, são as propagandas eleitorais que estão sendo levadas à televisão. A ala ideológica tem criticado o tom “paz e amor” do presidente e defendido que ele adote uma versão mais “combativa” no horário eleitoral, inclusive com ataques diretos a Lula.
O marqueteiro do PL, Duda Lima, e parte da ala política defendem que a propaganda na TV precisa ser mais propositiva e que a artilharia contra Lula e o PT deve ficar restrita às redes sociais, comandadas por Carlos Bolsonaro. Essa estratégia, no entanto, tem sido criticada pela ala ideológica e apontada como fator decisivo para Bolsonaro estar estagnado nas pesquisas. O levantamento o Ipec de ontem mostrou que o presidente Bolsonaro oscilou de 32 pontos para 31 e que Lula seguiu com 44 pontos.
Uma das peças que passaram a ser fortemente criticadas dentro da campanha foi um vídeo em que Bolsonaro passa a ser apresentado como Jair. O principal argumento contra peça é que o presidente já é bastante conhecido pela população e que não há porque introduzi-lo ao eleitor.
O grupo que defende a propaganda diz que o foco é atingir os indecisos que não têm tanto acesso à informação. Eles alegam que o horário eleitoral precisa ser usado para diminuir a rejeição de Bolsonaro, hoje na casa dos 49% contra 36% de Lula, e que, por isso, deve ser propositivo e explorar valores como fé e família.
Em junho, quando as primeiras inserções do PL com Bolsonaro começaram ser veiculadas, Carlos Bolsonaro criticou publicamente o trabalho da campanha. “Dane-se esse papo de profissionais do marketing… Meu Deus!”, escreveu Carluxo, que disse que continuaria “fazendo o dele” nas redes.