Empresa diz que reestruturação na fábrica de São Bernardo se dá pelo aumento de custo e pela transformação da indústria automobilística.
Segundo o G1, a Mercedes-Benz anunciou nesta terça-feira (6) uma reestruturação de sua fábrica de caminhões e chassis de ônibus em São Bernardo do Campo (SP), que resultará na demissão de 3,6 mil trabalhadores, e terceirização de parte da operação.
A Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus atribuiu a medida à pressão de custo e à transformação da indústria automobilística, o que tornou necessário um foco maior no ‘core business’, definido como a fabricação de chassis de ônibus, caminhões e o desenvolvimento de tecnologias e serviços para o futuro.
A produção de componentes como eixos dianteiro e transmissão média e os serviços de logística, manutenção e ferramentaria estão entre as atividades que passarão a ser executadas por empresas contratadas.
“Estamos garantindo a sustentabilidade dos negócios da Mercedes-Benz Caminhões e Ônibus a longo prazo no Brasil”, disse a montadora em comunicado.
A empresa demitirá aproximadamente 2,2 mil trabalhadores da unidade, sua primeira no país –inaugurada em 1956– e maior planta da Daimler fora da Alemanha para veículos comerciais Mercedes-Benz. E cerca de 1,4 mil profissionais não terão seus contratos temporários renovados a partir de dezembro de 2022.
O Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC disse que seus dirigentes se reuniram com a diretoria da Mercedes-Benz nesta tarde, quando representantes da companhia pediram a abertura de negociação sobre esses temas. A fábrica tem 6 mil trabalhadores na produção e entre 8 mil e 9 mil no total, segundo a entidade.
Uma assembleia da diretoria do sindicato com os trabalhadores foi marcada para quinta-feira, às 14h.
“Esclarecimentos e comunicados à imprensa por parte do sindicato e sua direção só serão feitos após conversa e assembleia com os trabalhadores da planta”, disse o sindicato por meio de sua assessoria de imprensa.
A Mercedes-Benz já tinha posto 600 trabalhadores em férias coletivas em São Bernardo do Campo no início do ano devido à falta de componentes eletrônicos. A Mercedes também tem uma fábrica de caminhões em Juiz de Fora (MG).