Alguém acha mesmo que Bolsonaro vai querer atacar Lula com o tema corrupção com 107 imóveis com telhado de vidro?
Isso, com certeza, não seria medicamento para sair da estagnação eleitoral em que se encontra, seria veneno direto na veia.
Ou seja, seu chão ficou mole que nem manteiga. Se ficar parado sem dizer nada, ele afunda, se falar sobre o assunto, afunda ainda mais rápido.
Não tem nada que adoce o caso do escândalo doméstico que envolve muitos milhões em que quase 50% dos imóveis foram adquiridos com grana viva. E, pelo jeito, Bolsonaro não tem a menor ideia de como tirar esse peso pesado das costas à beira do primeiro turno.
Ele sabe que não tem como manter esse escândalo em banho maria até o dia 2 de outubro, que é um tempo curto para tentar rebocar uns pontinhos nas pesquisas, mas é um pavio longo que será queimado até as eleições pelos seus opositores sem que ele tenha a mínima ideia de como lidar com isso.
Isso é nitroglicerina pura, que não há indústria de fake news capaz de desviar a atenção da sociedade devido ao tamanho e gravidade da encrenca que não para de crescer.
Na verdade, outros rolos de duas mansões que não estavam na matéria do Uol, colocaram o tamanho do imbróglio numa lente de aumento, transformando-se naqueles clássicos casos políticos que derrubam um candidato às vésperas da eleição que, como todos sabem, pelas informações generalizadas, sua derrota tem um sabor bem mais amargo, porque sem poder, não terá mais mediador capaz de blindá-lo de denúncias de crimes dos mais variados.
Seu inevitável destino, assim como o dos familiares, é prestar contas à justiça. Por isso Bolsonaro está mudo e apoplético sobre o assunto.