O ministro Alexandre de Moraes presidirá o TSE durante as eleições; sistema de votação eletrônico é alvo de ataques por parte de Bolsonaro.
Alexandre de Moraes, que será empossado presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 16 de agosto, traçou uma estratégia de como lidar, num primeiro momento, com as investidas de Jair Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Moraes apostará sobretudo na concertação política com outras instituições, principalmente Congresso, STF e Procuradoria-Geral da República, para frear o presidente, diz Guilherme Amado, Metrópoles.
Moraes está disposto a tomar medidas duras ao longo da condução do processo eleitoral, mas em suas primeiras semanas na presidência do TSE tentará primeiro engajar atores que hoje estão calados ou omissos em suas atribuições constitucionais, como Arthur Lira e Augusto Aras.
Em outros momentos ao longo dos últimos anos, Moraes conseguiu engajar tanto Lira quanto Aras em movimentos de freio de Bolsonaro.
Com Lira, outros ministros do STF e líderes partidários, Moraes articulou em meados do ano passado a derrota do voto impresso. Com Dias Toffoli, conseguiu fazer Augusto Aras contatar os procuradores-gerais de Justiça nos estados, mobilizando-os na contenção da insubordinação das PMs no 7 de setembro de 2021.
Moraes também aposta no contato político com militares para distensionar a relação do TSE com a caserna. O ministro acredita que há espaço para suavizar a relação, hoje em ebulição