Índice de Preços ao Produtor volta a subir; qual é o impacto dele sobre a inflação?

Índice de Preços ao Produtor volta a subir; qual é o impacto dele sobre a inflação?

Compartilhe

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou aumento no Brasil. Ele já havia fechado o ano passado com alta recorde de 28,39% na série histórica, que começou a ser medida em 2014, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Sputnik conversou com especialistas para explicar se há impacto no bolso do consumidor final.

Embora seja um indicador tangencial ao principal medidor da inflação, que é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), analistas explicam que o impacto, mesmo sendo indireto, deve ser sentido nas prateleiras do varejo.

Gabriela Martins, economista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), aponta que o aumento do custo de produção da indústria faz com que os preços de venda dos produtos no atacado se elevem. Por sua vez, o preço no varejo também sofre com o aumento do custo da produção industrial.
Entretanto não necessariamente o impacto será o mesmo no comércio varejista.

“Muitos produtores vêm tentando driblar o aumento dos preços diminuindo a sua margem de lucro. Isso também acontece no comércio atacadista e no comércio varejista, fazendo com que, em alguns casos, o aumento de preços para o consumidor seja mais tênue em comparação ao aumento de preços para o produtor”, aponta a economista.

Segundo ela, os combustíveis desempenham uma importante influência nesse quadro, já que os produtores dependem dos combustíveis, principalmente para o transporte de mercadorias já prontas para serem entregues, mas também para o recebimento de insumos necessários à produção industrial.
Dessa forma, explica Martins, um aumento nos preços dos combustíveis faz com que as mercadorias fiquem mais caras devido ao aumento do custo e, principalmente, da escoação da produção.
Em sua opinião, o primeiro remédio, e o mais amargo deles, é o aumento da taxa básica de juros da economia. A partir daí, o Banco Central consegue conter o aumento de preços tirando o incentivo aos investimentos industriais.

“Em um momento no qual há a necessidade de uma recuperação econômica, dado o cenário dos últimos dois anos, esse remédio se torna ainda mais amargo — mas defendido por muitos. É preciso também que haja um aumento da credibilidade das nossas políticas fiscais para que o Banco Central possa adotar medidas expansionistas e viabilizar uma recuperação econômica sustentável”, comenta.

*Com Sputnik

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

%d blogueiros gostam disto: