Número de viagens classificadas como sigilosas cresceu de 34 nos cinco primeiros meses de 2021 para 107 no mesmo período deste ano.
O Ministério Público Federal (MPF) impôs sigilo ao motivo de 107 viagens de servidores do órgão nos primeiros cinco meses deste ano. No mesmo período de 2021, isso ocorreu em 34 vezes., segundo.
Levantamento do Metrópoles no Portal da Transparência não encontrou viagens de membros do MPF anteriores a 2021 classificadas como sigilosas.
No total, o Ministério Público Federal gastou R$ 402.202,71 em 2022 com diárias e passagens sem justificativa divulgada.
Questionado, o MPF justificou que o motivo das viagens não foi especificado por causa de questões de segurança. Segundo o órgão, grande parte das ocorrências são explicadas pelos deslocamentos de equipes de segurança para algum servidor “sob perigo”.
No documento que detalha a motivação das viagens, o MPF cita a Lei de Acesso à Informação como justificativa para o sigilo.
O MPF informou ainda que a classificação “informação reservada” teve início no ano passado em função de uma mudança no protocolo de segurança solicitada pela Secretaria de Segurança Institucional. O órgão, entretanto, não forneceu à reportagem mais informações sobre a diretriz.
De janeiro a maio de 2022, o órgão gastou R$ 4.870.197,69 em passagens e diárias. No mesmo período do ano passado, o Ministério Público havia desembolsado R$ 950.932,83 com despesas desse tipo. Alta de 412% em um ano. Um dos principais motivos apontados para o aumento é o fim do regime home office após o arrefecimento da pandemia.