Em 2021, a meta de inflação foi estourada. Tudo indica que o mesmo acontecerá em 2022 e em 2023. Economistas ouvidos pelo UOL afirmam que o Banco Central, comandado por Roberto Campos Neto, completará três anos seguidos sem cumprir seu principal objetivo: manter a inflação dentro da meta estabelecida.
Por que é importante? Se acontecer, será o pior desempenho em 20 anos, desde o período de 2001 a 2003, quando a meta não foi alcançada também por três anos consecutivos.
O que você tem a ver com isso? Inflação em níveis altos significa que você fica mais pobre, seu dinheiro perde poder de compra. Todos pagam mais caro por uma série de produtos essenciais, como combustíveis e alimentos. E seu salário não acompanha isso. O que você conseguia comprar antes não vai mais.
E só vai piorando. As projeções do mercado financeiro e do próprio BC indicam que o descumprimento da meta vai se repetir em 2022. A meta é de 5%. Projeções de mercado estimam 7,96%. O BC prevê 8,8%. O IPCA, o índice oficial de preços, está em 11,89% nos 12 meses até junho. Para 2023, a meta de inflação é de 1,75% a 4,75%. Os especialistas já acham que não vai dar.
Veja no gráfico abaixo as metas para o IPCA (o índice oficial de preços) nos últimos anos e a inflação efetivamente verificada. Para 2022 e 2023, aparecem as projeções do relatório Focus.
Quem faz a meta? A meta de inflação para cada ano é determinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), formado por dois representantes do Ministério da Economia e um do BC. Ao fixar parâmetros, o conselho busca evitar o descontrole de preços, como visto nas décadas de 1980 e 1990.
Como baixar a inflação? Para tentar segurar os preços, desde março de 2021 o BC vem elevando a Selic (a taxa básica de juros), que saltou de 2% para 13,25% ao ano até agora. Com o aumento de juros, espera-se que as pessoas consumam menos. Isso, em tese, reduziria os preços.
Ainda assim, economistas afirmam que o BC perderá novamente a luta contra a inflação em 2023.
*Com Uol