Oposição obstruiu e votação para moção de aplausos à juíza Joana Ribeiro Zimmer foi derrubada; Sâmia Bomfim ainda anunciou ação contra promotora que mandou buscar feto após aborto legal.
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) enfrentou a parlamentar bolsonarista Christiane Tonietto (PL-RJ), nesta quarta-feira (6), durante sessão na Comissão da Mulher da Câmara. Christiane, junto com Diego Garcia (Republicanos-PR) apresentou na última sexta-feira (1) um requerimento para conceder Moção de Aplauso e Reconhecimento na Câmara à juíza Joana Ribeiro Zimmer, que tentou impedir uma menina de 11 anos de Santa Catarina que foi vítima de estupro a realizar um aborto legal, e à promotora Mirela Dutra Alberton, que se opôs ao procedimento, segundo a Forum.
No requerimento, os bolsonaristas argumentam que a juíza “agiu dentro de suas competências, buscando resguardar a dignidade da menina e a segurança da criança que se encontrava em fase avançada de gestação”. Acontece que a afirmação é falsa. O Código Penal permite o aborto em caso de violência sexual, sem impor qualquer limitação de semanas da gravidez e sem exigir autorização judicial.
Nesta quarta-feira (6), o requerimento estava na pauta da Comissão da Mulher. A sessão foi acalorada e, após horas de obstrução por parte da oposição, a votação foi derrubada.
“Depois de muita luta, derrubamos a moção de aplausos dos bolsonaristas à juíza Joana Ribeiro, que torturou a menina de 11 anos em SC. Foram mais de 2 horas obstruindo esse disparate na Comissão da Mulher. Seguimos lutando contra a violência misógina que ataca mulheres e crianças!”, disse Sâmia.
Confira:
https://twitter.com/eixopolitico/status/1544765238943309824?s=20&t=G489SmA0dgjpvT0uHb90SQ
Sâmia aciona CNMP contra promotora que mandou recolher feto
A deputada federal Sâmia Bomfim anunciou, nesta quarta-feira (6), que acionou o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para que a promotora Mirela Dutra Alberton, de Santa Catarina, seja investigada. O motivo é o fato de que Mirela, conforme revelou o site Catarinas, começou uma investigação para determinar “causa que levou à morte do feto” após o aborto legal realizado por uma menina de 11 anos, que engravidou após um estupro.