Sem perspectivas de que haja uma melhora rápida na economia capaz de ajudar Bolsonaro, a campanha do presidente busca um fator novo para impulsionar sua candidatura. É nesse contexto que o Centrão passou a trabalhar pela escolha da ex-ministra Tereza Cristina como vice de Bolsonaro. A avaliação é de que a entrada dela ajudaria a melhorar o desempenho do presidente, segundo Bela Megale, O Globo.
Para que qualquer mudança tenha efeito prático nas pesquisas, porém, a equipe acredita que o anúncio teria que ser feito até 5 de julho, ou seja, um mês antes da convenção que define a chapa. A questão é que até agora Bolsonaro não fez gestos diretos a Tereza Cristina. Além disso, há receio de pressionarem muito Bolsonaro e ele rechaçar a ideia.
Na conversa que teve semana passada com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a ex-ministra que hoje é candidata ao Senado pelo Mato Grosso do Sul, disse que o presidente não a contatou para falar sobre o assunto. A falta de ações de Bolsonaro tem angustiado boa parte dos integrantes da campanha. Para eles, o chefe do Executivo precisa decidir rapidamente sobre o tema, mas antes, teria de estar confiante que a entrada de Tereza Cristina o ajudaria a crescer. Hoje Bolsonaro dá sinais de que segue tendo o general Braga Netto como vice.
O momento vivido por Bolsonaro é descrito por aliados como um “grande inferno astral” que precisa ser revertido rapidamente. Além da crise econômica intensificada pelo novo reajuste da Petrobras sobre os combustíveis, outros problemas apontados pela campanha são a postura de Bolsonaro diante das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, além da vitória de um novo governo em mais um país da América Latina.