Os dados são do grupo Indigenistas Associados (INA). Servidores denunciam o que chamam de “desmonte arquitetado pelo governo”.
As mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira acentuaram a crise interna que a Fundação Nacional do Índio (Funai) vive desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Servidores denunciam o que chamam de “desmonte” arquitetado pelo Palácio do Planalto, e atribuem a fragilidade da atuação do órgão a sucessivas interferências na gestão.
Atualmente, das 39 coordenações regionais da Funai, 17 são comandadas por militares; três, por policiais militares; e uma está sob o guarda-chuva de um policial federal. Os dados são do grupo Indigenistas Associados (INA).
A análise do comando das coordenações, sustenta o INA, revela descaso com a gestão da Funai nos estados. Dos gestores, 10 atuam na persistente condição de substituto, e seis nunca tiveram vínculo anterior com a administração pública. Somente duas unidades têm como chefes titulares servidores do órgão.
“Os currículos dos eleitos chamam a atenção pela falta: quase não se notam experiências de atuação com a política indigenista, ou mesmo com cargos de direção em administração pública”, frisa a associação.
Veja onde estão localizadas as coordenações regionais da Funai:
“A falta de perfil adequado dos gestores nomeados muitas vezes implicou mudanças constantes, resultando em prejuízos à execução da política indigenista”, reclama a associação de servidores da Funai.