Imprensa internacional criticou discursos do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o caso e lamentou as mortes de jornalista e indigenista.
A imprensa internacional repercutiu, nesta quinta-feira (16/6), a morte do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, que estavam desaparecidos desde 5 de junho no Amazonas, segundo o Metrópoles.
Na quarta-feira (15/6), a Polícia Federal confirmou ter encontrado restos humanos na região que foi apontada por um dos suspeitos como o local onde os corpos foram escondidos.
O jornal The Guardian, no qual Dom Phillips atuava como colaborador, afirmou que o encerramento do caso trouxe um “triste desfecho a uma busca de dez dias que horrorizou a nação e destacou o perigo crescente aos que ousam defender o meio ambiente e comunidades indígenas do Brasil”.
O veículo também citou que os grupos tradicionais têm enfrentado um “ataque histórico do presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro”.
O site do The New York Times, um dos mais tradicionais veículos de imprensa norte-americanos, publicou que o caso de Bruno e Dom é um “capítulo escuro na recente história sangrenta da Amazônia”.
“Phillips dedicou grande parte de sua carreira a contar as histórias do conflito que devastou a floresta tropical, enquanto Pereira passou anos tentando proteger as tribos indígenas e o meio ambiente em meio a este conflito. Agora parece que o trabalho se tornou mortal para eles, mostrando até que ponto as pessoas estão dispostas a explorar ilegalmente a floresta tropical”, publicou o site.
O Washington Post, jornal norte-americano, publicou críticas ao discurso de Jair Bolsonaro (PL) sobre Dom Phillips ser “mal visto na Amazônia”.
“Esse caso tem sido acompanhado de perto no Brasil, onde uma das questões mais polêmicas é sobre se a floresta amazônica deve ser desenvolvida ou preservada. O presidente Jair Bolsonaro, um forte defensor do desenvolvimento, que já apoiou garimpeiros e desmatadores ilegais, culpou por seu desaparecimento. Em um comunicado na quarta-feira, ele disse que o jornalista era ‘mal visto na região’”, publicou o jornal.