O presidente Bolsonaro fez questão de destacar a aliados que sentiu “muita sintonia” na conversa que teve com representes do aplicativo Telegram. Ele se reuniu, nesta terça-feira, com o vice-presidente do aplicativo, Ilya Perekopsky, e com o representante da empresa no Brasil, Alan Thomaz, em um encontro que não constava na agenda oficial. Bolsonaro mostrou a interlocutores que gostou do que ouviu e afirmou que sentiu “total alinhamento” entre suas ideias sobre liberdade de expressão e dos executivos, segundo Bela Megale, O Globo.
Auxiliares do presidente relataram à coluna que uma das falas que mais agradaram Bolsonaro foi que a empresa optaria por deixar o país a ir contra seus princípios sobre liberdade de expressão e fornecimento de dados. Nesse contexto, os executivos citaram os dois anos que tiveram a operação banida na Rússia, por não cederem as chaves de criptografia de mensagens ao serviço secreto daquele país.
A reunião foi entendida por Bolsonaro como uma sinalização de que o Telegram poderia resistir a acatar determinadas solicitações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), corte contra a qual o presidente trava uma batalha para desacreditar o processo eleitoral. O Telegram, no entanto, tem parceria firmada com o tribunal eleitoral que abarca, inclusive, o monitoramento de conteúdos publicados em grupos da plataforma. Hoje a rede é um dos principais meio de propagação de Bolsonaro e seus filhos.
Na Rússia, o Telegram só voltou a operar depois de fazer um acordo de cooperação com o governo, no qual passou a bloquear tentativas de publicação de conteúdos extremistas e de proliferação de materiais ligados ao terrorismo.