O presidente cessante Jair Bolsonaro (PL) entrou em modo desespero. Depois de culpar a diretoria da Petrobras pelos aumentos abusivos no preço dos combustíveis, trocar o ministro de Minas e Energia, agora, às vésperas da campanha pela reeleição, o mandatário aponta Paulo Guedes, ministro da Economia, como responsável pela liderança do ex-presidente Lula (PT).
Acometido de uma paúra sem precedentes depois da pesquisa Datafolha, que indica vitória de Lula no primeiro turno, Bolsonaro busca novos culpados na tentativa de eximir-se de sua responsabilidade na tragédia econômica do país.
Nunca é demais lembrar que Paulo Guedes é uma escolha política do próprio presidente Bolsonaro, qual seja, ele poderia tê-lo demitido desde o início da aceleração do desemprego, perda do poder de compra salarial, inflação galopante, carestia, gasolina e gás de cozinha caros, volta da fome e da miséria. Não o fez porque Guedes é parte do conluio com o sistema financeiro e a velha mídia corporativa, que blindou o ministro de críticas pelas ações contrárias à população nos últimos quatro anos.
Portanto, é falsa a informação dos jornalões segunda qual o “QG político da reeleição” de Bolsonaro entrou em rota de colisão com Paulo Guedes. Isso é mais uma fake news para proteger o presidente e, consequentemente, manter o atual estado de coisas.
Ora bolas, carambolas. Bastaria ao presidente demitir o ministro da Economia, bem como revogar a política de preço com paridade internacional da Petrobras. No entanto, os compromissos de Bolsonaro com a especulação é maior, muito maior, que sua empatia com o sofrimento do povo brasileiro.
A suposta diferença com Guedes é mais uma tentativa de desviar a atenção do distinto público do verdadeiro culpado pela desgraça na economia nacional: o presidente Jair Bolsonaro.
Sempre tenha em mente que Bolsonaro chama seu “sinistro” da Economia de “Posto Ipiranga” porque, antes mesmo de eleito, disse que recorreria a seu conselheiro. Bolsonaro se vangloriava que nada entendia de economia nas eleições de 2018.
Como se revolve esse impasse? Mudando o governo.
*Por Esmael Morais