Brasileiro de 26 anos, que esteve em Portugal e Espanha, está em isolamento numa clínica em Munique. Com vários casos confirmados na Europa, este é o maior e mais extenso surto da doença já visto no continente, segundo G1.
A Alemanha registrou seu primeiro caso de varíola dos macacos, informou nesta sexta-feira (20) o Instituto de Microbiologia da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs. O vírus foi detectado nesta quinta-feira (19) num brasileiro de 26 anos.
Ele chegou à Alemanha após viagem com origem em Portugal, passando pela Espanha, e estava havia uma semana em Munique, no sul do país, aonde chegou depois de passagens por Düsseldorf e Frankfurt. O paciente teria apresentado erupções cutâneas, um dos sintomas característicos da doença. O brasileiro está em isolamento numa clínica na cidade.
Maior surto da doença na Europa
Com vários casos confirmados no Reino Unido, Itália, Suécia, Espanha e Portugal, este é o maior e mais extenso surto de varíola dos macacos já visto na Europa. Ainda não se sabe se há uma conexão entre os casos individuais e o surto atual e, em caso afirmativo, qual é essa relação.
O Canadá foi um dos países mais recentes a relatar casos suspeitos da varíola de macacos, depois que Espanha e Portugal confirmaram 28 e 23 infecções, respectivamente. Os dois países também investigam dezenas de casos suspeitos.
Já o Reino Unido confirmou 20 casos desde 6 de maio, e os Estados Unidos, um – autoridades do país afirmaram que o paciente havia passado pelo Canadá. A Suécia e a Itália confirmaram um caso cada. A França e a Bélgica também registraram as primeiras infecções nesta sexta.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está em contato com autoridades de saúde europeias sobres os possíveis surtos.
Contágio por contato prolongado
A varíola dos macacos não é de fácil transmissão. O vírus é transmitido por meio de contato direito com animais ou humanos infectados ou com roupas e objetos de infectados, por meio da mordida de animais que carregam o vírus ou consumo destes e por gotículas respiratórias – porém, neste caso, é necessário um contato pessoal prolongando.
Homens que tiveram relações sexuais com parceiros do mesmo sexo são maioria entre os infectados recentemente. Especialistas britânicos, porém, afirmam que ainda não há evidências suficientes para provar que a varíola dos macacos também é transmitida sexualmente.
A varíola de macaco foi registrada em humanos pela primeira vez em 1970 na República Democrática do Congo. Casos isolados surgiram em outros países africanos. Em 2003, uma infecção por esse vírus foi identificada nos Estados Unidos, e, em 2018, outras duas no Reino Unido e Israel. Desde então, nenhum caso havia sido registrado fora do continente africano.