Somente em 2021, Bolsonaro destinou cerca de R$ 7,4 bilhões do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para abastecer, via emendas do relator, redutos eleitorais de caciques do Centrão, segundo Forum.
O uso de verbas do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para abastecer o chamado Orçamento Secreto, destinado a políticos da base, é mais uma forma de Jair Bolsonaro (PL) cooptar deputados e senadores por meio de uma extensão das “rachadinhas”, esquema de corrupção operado pelo clã presidencial nos gabinetes da família.
“Bolsonaro institucionalizou e deu escala para a rachadinha política com seus parlamentares usando verba do SUS”, afirmou à Fórum o deputado e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP). “É Viagra para os militares e viagra político para a Bancada que barrou o impeachment”, emendou o petista.
Segundo o jornal O Globo, o Bolsolão do SUS – como está sendo classificado nas redes – usou cerca de R$ 7,4 bilhões do FNS abastecer, via emendas de relator, redutos eleitorais de caciques do Centrão.
Entre 2019 e 2021, o valor do fundo do Sistema Único de Saúde (SUS) cresceu 112%, sendo que metade foi destinado ao orçamento secreto.
Reduto do líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes, São Gonçalo, com 1,2 milhão de habitantes na região metropolitana do Rio, recebeu R$ 133 milhões em emendas parlamentares, dos quais R$ 111 milhões via orçamento secreto, enquanto a capital, com 6,7 milhões de habitantes, recebeu R$ 14 milhões.
Itaboraí, vizinha de São Gonçalo, ficou com R$ 39 milhões, dos quais R$ 18 milhões via orçamento secreto, enquanto Niterói, que tem mais que o dobro da população, mas é governada pelo PDT, partido que faz oposição ao governo Bolsonaro, recebeu R$ 10 milhões, dos quais R$ 3 milhões por meio de orçamento secreto.