Troca no comando do Ministério de Minas e Energia colocou pressão sobre o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, que assumiu o cargo em 14 de abril por indicação do ex-ministro Bento Albuquerque, informa o Estadão.
A troca de comando do Ministério de Minas e Energia, com a escolha de Adolfo Sachsida para substituir Bento Albuquerque, pode levar a mudanças na diretoria da Petrobras. O presidente da empresa, José Mauro Ferreira Coelho, homem de confiança de Bento, está sob pressão e passa por uma fritura no governo, apenas um mês depois de assumir o cargo.
Duas fontes do alto escalão da equipe do presidente Jair Bolsonaro, ouvidas pelo Estadão sob a condição de anonimato, não descartam, inclusive, a possibilidade de ele ser trocado. Sachsida também deve promover mudanças mais profundas em áreas-chave do Ministério de Minas e Energia.
Bento foi demitido após a Petrobras ter aumentado o preço do óleo diesel nesta semana, dias depois de o presidente pedir ao ex-ministro e a Coelho que não aumentassem o preço durante uma transmissão nas redes sociais.
Ao escolher Sachsida, ex-secretário do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro cobrou mudanças na postura da empresa. O presidente não se conforma que a petroleira tenha um lucro bilionário e não possa dar uma “trégua” nos reajustes durante a guerra da Rússia com a Ucrânia, período de alta volatilidade dos preços internacionais. Bolsonaro quer que as movimentações sejam feitas em espaço de tempo maior.
Um auxiliar do presidente disse que não faz sentido ele demitir Bento para ficar na mesma situação. Sachsida entrou no ministério com uma agenda de mudanças.
Coelho é o terceiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro e foi escolha de Bento depois que dois nomes foram descartados – Adriano Pires e Rodolfo Landim – por conflitos de interesse com a indústria de óleo e gás. Foi Bento que fez a negociação e bancou o nome de Coelho depois de barrar a indicação de Caio Paes de Andrade, secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia para a presidência da Petrobras, mesmo depois de o nome dele ter sido aceito por Bolsonaro.
Colega de equipe do novo ministro de Minas e Energia e descartado por Bento, Caio voltou a figurar na lista de nomes para a diretoria da Petrobras.