O deputado Wellington Roberto (PL-PB), líder do partido na Câmara até fevereiro, foi acusado de receber da Casa Legislativa cerca de R$ 1,2 milhão pelo reembolso com despesas na contratação de duas gráficas de fachada. O parlamentar disse que o gasto foi para sua autopromoção no Congresso.
O valor destinado ao deputado sai da cota parlamentar, que é utilizada para bancar despesas dos parlamentares durante o exercício do mandato. Os registros apresentados à Câmara mostram que os pagamentos foram feitos em dinheiro vivo. Em uma das gráficas, Wellington Roberto gastou R$ 933,1 mil, o que representa 72% do R$ 1,2 milhão utilizado para divulgar o trabalho parlamentar. Na outra gráfica, o deputado utilizou R$ 358,3 mil, sendo o único deputado da câmara que contrata os serviços das duas empresas.
Gráficas não existem
Segundo apurou uma reportagem do Estado de São Paulo, os endereços presentes nas notas fiscais levam para um escritório compartilhado de duas empresas, cujos atendentes afirmaram desconhecer as gráficas Ellite e Eco Serviços Gráficos.
A empresa Ellite é procurada por bancos e pela Justiça com ordem de penhoras não cumpridas. Ao menos, desde o ano de 2016, as instituições bancárias tentam recuperar créditos não pagos pela gráfica. Já o dono da Eco, Rodrigo Fontenelle, disse que não atende a deputados, mas não forneceu maiores informações sobre o contato com Wellington Roberto.