Logo após assumir o comando do Ministério de Minas e Energia, Adolfo Sachsida anunciou que entregou à equipe econômica do governo estudos sobre a privatização da Petrobras. O primeiro ato como ministro, no entanto, não agradou aliados de Jair Bolsonaro (PL), o que tem preocupado o círculo mais próximo ao presidente.
Articuladores da reeleição do chefe do Executivo federal, por exemplo, estão divididos. Enquanto parte defende que a pauta tem força eleitoral, outra argumenta que eventual privatização da petroleira em ano de eleições pode manchar a imagem do presidente e dificultar o plano de o mandatário seguir no comando do país.
Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, a proposta pode virar “um tiro no pé”. Esses mesmos aliados dizem que o anúncio do governo já começa a ter o efeito contrário ao desejado.
Nessa sexta-feira (13/5), o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, afirmou que, caso o presidente Jair Bolsonaro “ouse pautar a privatização da Petrobras”, a categoria entrará imediatamente em greve. O petroleiro alertou ainda que esta seria “a maior greve da história”.
Caminhoneiros devem se reunir neste domingo (15/5) para decidir se a categoria vai fazer greve nacional em protesto contra a alta de 8,87% no preço do diesel.
Aliados do governo dizem que, embora parte dos caminhoneiros tenha comprado o discurso de Bolsonaro de que a responsável pela alta dos combustíveis é da Petrobras, o posicionamento não diz respeito à categoria inteira. Defendem ainda que o governo pode afastar eleitores com uma eventual privatização da empresa, além de “dar munição à esquerda”.
*Com Metrópoles