A Operação Calígula, deflagrada na manhã desta terça-feira (10/5), investiga uma rede de jogos de azar que atua pelo país.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou, na manhã desta terça-feira (10/5), a Operação Calígula, que investiga uma rede criminosa de jogos de azar. Entre os investigados, estão o contraventor Rogério de Andrade e o policial militar reformado Ronnie Lessa – réu pela morte da vereadora Marielle Franco e o motorista da parlamentar, Anderson Gomes. A força-tarefa encontrou cerca de R$ 2 milhões em espécie durante as buscas, na casa de uma delegada.
Até o momento, 11 pessoas foram presas. Uma delas é o delegado Marcos Cipriano. Segundo o portal G1, durante a operação, os agentes encontraram o dinheiro na casa da delegada Adriana Belém, também alvo da operação, que reside em um condomínio de luxo na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Parte do montante estava armazenado em sacos de grifes, e a outra parte, em uma mala.
A Corregedoria da Polícia Civil investigará a origem do dinheiro que estava sob a posse da delegada.
Jogos de azar pelo país
Rogério e Ronnie são apontados como responsáveis por abrirem casas de apostas e bingos em diversos estados do país, desde 2018. O filho de Rogério, Gustavo de Andrade, também integrava o esquema, segundo os investigadores.
operação, segundo o Ministério Público, cumpre 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão, incluindo quatro bingos comandados pelo grupo, tendo sido alvos de denúncia um total de 30 pessoas, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Pelas denúncias oferecidas ao órgão, pai e filho, Rogério de Andrade e Gustavo de Andrade, comandavam uma estrutura criminosa organizada, voltada à exploração de jogos de azar não apenas no Rio de Janeiro, mas em diversos outros estados, e há décadas exerciam o domínio de diversas localidades.
Os criminosos se baseavam na habitual e permanente corrupção de agentes públicos e o emprego de violência contra concorrentes e desafetos. Além dos crimes de corrupção, a organização também é suspeita de inúmeros homicídios.
Acordo com agentes públicos
De acordo com os promotores de Justiça, a organização estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos integrantes de diversas esferas do estado, principalmente ligados à Segurança Pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.
“Nesta esfera, integrantes da organização, membros da PCERJ, mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo liderado por Rogério. Por outro lado, oficiais da PMERJ serviam de elo entre a organização e Batalhões de Polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo”, diz a força-tarefa.
Segundo o MPRJ, em um destes episódios, o delegado Marcos Cipriano intermediou encontro entre Ronnie Lessa, Adriana Cardoso Belém, então delegada de Polícia titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), e o inspetor de Polícia Jorge Luiz Camillo Alves, braço direito de Adriana Belém.
*Com Metrópoles