O general da reserva Cláudio Barroso Magno Filho, conhecido por ter feito lobby para a mineradora Potássio do Brasil, foi ao Palácio do Planalto pelo menos 18 vezes no governo de Jair Bolsonaro (PL). A informação é da Folha de S.Paulo, que recebeu dados da tabela de registros de visitas pelo GSI.
O Ministério Público Federal acusa a Potássio do Brasil de atrair indígenas para exploração mineral na Amazônia. Em meio ao imbróglio, o general atuou no Palácio do Planalto, conversando com militares de diferentes ministérios.
Cláudio fez parte da mesma turma do presidente da República na Academia Militar das Agulhas Negras, a de 1977. Ele também tem uma relação bem próxima com o vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos).
“O levantamento é correto. Tenho um vínculo em apoio à Potássio do Brasil, não sou contratado e estive nos órgãos governamentais. Houve uma aproximação da Potássio com agências do governo, um esforço de convencimento”, explicou o general à Folha.
A exploração de potássio na floresta serviu como base para que a base bolsonarista tentasse aprovar a lei que permite a mineração em terras indígenas. A Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto, mas ele acabou não sendo votado ainda.
Cláudio nega qualquer influência no caso, informando que não utiliza da sua relação com o presidente para ter privilégios. “Não cheguei aqui fazendo lobby, e jamais me envolvi em algo escuso. Eu acredito no projeto da Potássio do Brasil”, comentou.
O militar visitou à Vice-Presidência, o GSI, à Casa Civil e à Secretaria-Geral. Vale destacar que não há agendas tornadas públicas em relação aos encontros com Magno Filho.
A Vice-Presidência se manifestou sobre o assunto. “[Magno Filho] sempre que vinha a Brasília, realizava uma ‘visita de oportunidade’ ao coronel Sucha, em função dos laços de amizade e companheirismo construídos ao longo da vida”, explicou. “Nas datas mencionadas, ele foi recebido em encontro não oficial, como amigo e companheiro, não cabendo inclusão em agenda oficial”, completou.
*Por DCM