Marcelo Nogueira, que foi caseiro da mansão de Ana Cristina Valle, diz ter provas do esquema de corrupção. Ela nega e diz que hoje é “ex boazinha”, mas que usará sobrenome Bolsonaro nas campanha “autorizada ou não”
Acusada de ser a “rainha das rachadinhas” pelo ex-funcionário Marcelo Nogueira dos Santos, que foi caseiro da mansão onde mora com Jair Renan Bolsonaro em Brasília, Ana Cristina Valle, esposa 02 de Jair Bolsonaro (PL), partiu para o ataque em entrevista à Veja que vai às bancas nesta sexta-feira (6) e negou o esquema de corrupção que teria ajudado a montar no clã presidencial.
“Ele se coloca como um arquivo vivo da minha vida pessoal, dos meus namorados, do porre que eu tomei. Ele não é esse santo coitado que está pintando para todo mundo. Não tem nada que ele pudesse ter pegado de documentos da casa. O que ele quer é aproveitar o momento político com essa história e ganhar dinheiro”, afirmou.
Segundo investigações do Ministério Público do Rio, que foram barradas por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Justiça, Ana Cristina teria implantado o sistema de corrupção no gabinete de Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Câmara Municipal do Rio, antes de levar para a Assembleia Legislativa do estado, empregando diversos parentes como funcionários fantasmas.
Ana Cristina, no entanto, mostra ter medo de que Nogueira tenha feito gravações que comprovariam o esquema – como promete o caseiro, que também foi nomeado no gabinete de Flávio na Alesp.
“O Marcelo frequentava o meu escritório de advocacia. Foi lá várias vezes. Ele pode ter gravado um vídeo lá dentro enquanto eu estava atendendo meus clientes. Não tenho a mínima preocupação com isso. Aliás, naquela época tinha celular que gravava vídeo? Acho que nem tinha. Se tem, mostra o vídeo então. Isso é balela”, disse.
Apesar de relatar ameaças de morte do caseiro, a mãe de Renan não denunciou o caso à polícia.
“Depois que recebi o primeiro áudio com a ameaça de morte, fiquei desesperada e cheguei a me sentar diante de um delegado para relatar todas as ameaças, mas ainda bem que saí da delegacia sem falar nada. Não quero que ele vá preso. Não quero denunciá-lo formalmente por pena e por consideração. Vou tentar me proteger, mas não quero o mal dele, embora, em uma das mensagens, ele tenha ameaçado o Jair Renan também”.
Focada na disputa a uma cadeira de deputada distrital nas eleições deste ano, Ana Cristina diz que “já foi uma ex-mulher brava”, mas agora é uma “ex boazinha” ao dizer que usará o sobrenome Bolsonaro na campanha.
“Vou usar o nome Bolsonaro, autorizado ou não autorizado. Se ele não autorizar, o Renan me empresta o sobrenome dele, né? Eu já fui uma ex-mulher brava. Demorou uns quinze anos para acontecer, mas hoje sou uma ex-boazinha”.
*Com Forum