Após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, decretar o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), com o relaxamento de uma série de medidas contra o avanço da Covid-19, o DCM procurou o infectologista Marcos Caseiro para esclarecimentos sobre os riscos que a decisão pode trazer para a saúde dos brasileiros.
Desde o mês passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem pressionando o ministro para anunciar o fim da pandemia no país. Por isso que, segundo o doutor Marcos, a medida do governo negacionista já era esperada. Ele lembrou que, na última quarta-feira (13), a Organização Mundial da Saúde (OMS), se reuniu e decidiu que a Covid ainda é uma realidade e não deve ser rebaixada para “endemia”.
O médico destaca que há uma nova cepa do vírus, a BA.2, que vem se espalhando na Europa e nos EUA desde janeiro e pode chegar ao Brasil. Ele ressalta que há uma “desproporção de vacinação” no país, com vários estados com índice de imunização menor que 70%.
“É uma medida absolutamente populista, sem o menor embasamento científico”, afirma Caseiro, constatando que a decisão também está relacionada a questões políticas locais. A Coronavac, vacina chinesa produzida em São Paulo e chamada por bolsonaristas de “vacina do Doria”, tem aprovação provisória, ao contrário das demais. “No momento em que se decreta o fim da emergência sanitária, esse imunizante não pode ser mais usado”, diz ele.
“No meu ponto de vista, a decisão é totalmente equivocada e o governo quer criar um fato para que as pessoas gastem energia discutindo isso. Quem decreta o fim da pandemia é a Organização Mundial da Saúde”, conclui o infectologista.
*Por DCM