Percebe-se na fala de Mourão um atarantado general preocupado com assuntos sexuais da tropa. Ou seja, tem gente nesse universo que pensa muito além da pintura de meio-fio.
Sensibilizado com a chaga da disfunção erétil que acomete homens a partir de determinada idade, Mourão defendeu a compra pelo governo Bolsonaro do viagra para resolver essa disfunção. E Mourão acha que a nação deve pagar as compras de viagra, prótese peniana, botox e sabe-se lá mais o quê para levantar o moral da tropa.
O governo, que virou piada na imprensa internacional por esses escândalos, é considerado pelo viril general na base da piada, coisa de tabloide sensacionalista, assumindo descaradamente que Bolsonaro mentiu quando disse que o viagra era para tratar pressão alta.
Quando Mourão, na entrevista ao Valor Econômico, diz que, “mesmo que seja para o cara usar para disfunção erétil, a cobertura do caso foi um exagero”, e repete Bolsonaro, mas com um adendo, exclamando, “eu não posso usar o meu viagra, pô? O que são 35 mil comprimidos de viagra para 110 mil velhinhos que têm disfunção erétil? Não é nada.
O general, que tem clara disfunção intelectual, ou não seria vice de Bolsonaro, está plenamente convencido de que não basta o brasileiro que conseguiu trabalhar em meio a uma nação de desempregados e, ainda assim, vendo seu salário ser esmagado pela inflação, pelo custo de agiotagem que ele paga no crédito bancário, ainda tem que arcar com o custo da disfunção erétil dos militares.
Trocando em miúdos, Mourão acha absolutamente natural o povo ficar com a brocha na mão.