Ao novo presidente da Petrobras Bolsonaro promete privatizar a estatal

Ao novo presidente da Petrobras Bolsonaro promete privatizar a estatal

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Em sua conversa com Adriano Pires, para convencer o futuro presidente da Petrobras aceitar o cargo, Jair Bolsonaro (PL) prometeu privatizar a estatal caso seja reeleito. Embora a equipe econômica não morra de amores pelo escolhido, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou empolgado quando foi informado pelo presidente de que o indicado será encarregado da privatização da empresa.

Tanto para Guedes como para Pires, Bolsonaro disse que a estatal lhe dá “muita dor de cabeça” e que está convencido de que o melhor é se livrar da empresa.

Bolsonaro teme, no entanto, perder eleitores se assumir publicamente que irá privatizar a maior e mais respeitada estatal do país caso seja reeleito. Mas o presidente tem alimentado essa promessa nos bastidores como forma de atrair o apoio de uma parcela do empresariado para sua campanha.

O próprio Paulo Guedes tem-se encarregado de difundir a promessa nas conversas reservadas com empresários. O ministro argumenta que não teve como fazer as privatizações que pretendia, mas que, num eventual segundo governo Bolsonaro, essa será a principal prioridade.

Adriano Pires é um defensor ardoroso da privatização. Segundo ele, enquanto o governo for controlador da estatal, a empresa tenderá a atender os interesses monopolistas da corporação, composta por empregados e acionistas, em detrimento dos interesses do país. A mesma argumentação é defendida por Paulo Guedes.

Durante a montagem do governo Bolsonaro, em 2018, o economista chegou a ser cotado para ministro de Minas e Energia. Sofreu resistência do já escolhido ministro da Economia, então poderoso e apelidado pelo presidente de “Posto Ipiranga”, por onde tudo passaria no governo.

Guedes queria incorporar as atribuições da área energética à sua pasta. Mas Bolsonaro preferiu colocar um militar, o almirante Bento Albuquerque, para barrar suas pretensões exageradas.

Adriano Pires foi professor adjunto do programa de Planejamento Energético da Coppe-UFRJ e é diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), consultoria que assessora empresas e associações do setor de energia.

Na equipe econômica, ele é classificado como lobista. Segundo o MME, o economista atua por meio do CBIE “coordenando projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, o mercado de derivados de petróleo e gás natural”.

Em 2021, ele classificou como “gol contra” a oposição do Ministério da Economia e de Paulo Guedes à renovação antecipada do contrato de concessão da Comgás, distribuidora do grupo Cosan para a qual teria prestado consultoria.

*Com Uol

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