Vice da Câmara apoia CPI Mista para investigar escândalo no MEC

Vice da Câmara apoia CPI Mista para investigar escândalo no MEC

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O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM), disse apoiar a instalação de uma CPI Mista para investigar irregularidades na liberação de verbas no Ministério da Educação. Depois que o ministro Milton Ribeiro apareceu numa gravação admitindo favorecimento a prefeitos que chegam no ministério acompanhados dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, a Frente Parlamentar pela Educação deu início a coleta de assinaturas para instalar a comissão.

“Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais
precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar,
porque foi um pedido especial que o presidente fez para mim”, declarou o
ministro no áudio vazado envolvendo Bolsonaro (PL).

O pedido já foi protocolado pelo presidente do grupo, o
deputado Israel Batista (PV-DF), que disse ter apoio de Marcelo Ramos. O
deputado amazonense é o segundo na hierarquia que tem a decisão de dar
prosseguimento à CPI na Câmara. Para isso, serão necessários o apoio de 171 dos
513 deputados e de 27 dos 81 senadores.

“As denúncias são muito graves e precisam ser investigadas.
Darei todo apoio a qualquer investigação. Quando for a Brasília dialogarei qual
o melhor mecanismo”, disse ele. “No começo achei que era só uma esculhambação,
mas ficou claro que a esculhambação era um mecanismo para viabilizar a
corrupção”, avaliou. De acordo com ele, é grave o fato de o ministro receber
relatos de propina no MEC e não tomar atitude.

“Um ministro da Educação que reconhece ouvir relatos de
propina e nada faz é tão criminoso quanto o propineiro e não tem nenhuma
condição de continuar no cargo”, criticou. Disse que a influência de pastores
na agenda do ministro da educação e na distribuição de recursos é símbolo da
esculhambação em que essa gente transformou o Estado. “O pedido de barra de
ouro em troca da liberação de recursos, mostra que a esculhambação tá a serviço
da corrupção!”, criticou.

Requerimento

No pedido, deputados e senadores dizem que se trata de
diálogo de conteúdo “gravíssimo”, na medida em que revela o cometimento de
vários crimes comuns. São eles: tráfico de influência, emprego irregular de
verbas públicas, advocacia administrativa, corrupção ativa e passiva, e
usurpação de função pública.

“E também crimes de responsabilidade e atos de improbidade
administrativa, na destinação de verbas públicas do MEC, a tornar imperiosa a
investigação pela Câmara dos Deputados, por Comissão Parlamentar de Inquérito”,
diz o documento.

* Vermelho

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