Por democracia e memória, contra riscos de golpes, movimentos fazem nova ‘Caminhada do Silêncio’

Por democracia e memória, contra riscos de golpes, movimentos fazem nova ‘Caminhada do Silêncio’

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Concentração será no final da tarde de quinta-feira (31), no parque do Ibirapuera, em São Paulo. Movimentos lembram de 1964 e destacam vítimas da violência. No passado e no presente.

Uma nova edição da chamada Caminhada do Silêncio, ou Vozes do Silêncio, será realizada na próxima quinta-feira (31), no parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. É uma manifestação de diversas entidades, na data que remete ao golpe de 1964, por democracia e memória, pelas vítimas da violência do Estado, no passado e no presente: vítimas da ditadura, população negra, povos indígenas, comunidade LGTBI+, atingidos pela covid. E contra riscos de retrocessos institucionais, que pareceram mais presentes nos últimos anos, sob o atual governo.

A concentração será a partir das 17h30 na Praça da Paz, com acesso pelos portões 7/8 do parque. A marcha sairá às 19h em direção ao Monumento aos Mortos e Desaparecidos Políticos (portão 10). Os responsáveis pedem uso de máscaras e álcool em gel. Como o nome indica, não haverá falas durante o trajeto. Os manifestantes levarão fotos, velas e flores.

Violência do Estado

A Caminhada do Silêncio é organizada, entre outras entidades, pelo Instituto Vladimir Herzog e pelo Núcleo Memória, com apoio da prefeitura paulistana. Assim, são diversas organizações que “chamam a atenção da sociedade para as violências cometidas pelo Estado durante e após a ditadura”.

“A iniciativa também joga luz sobre as lutas e populações que foram invisibilizadas naquele período – como populações negras, povos indígenas, LGBTQIA+ – que até hoje sofrem com as consequências da manutenção e da ascensão de projetos políticos contrários aos princípios democráticos e aos direitos humanos”, afirmam o IVH e o Núcleo Memória. “O assalto do Estado pela extrema direita e sua necropolítica responsável por mais de 650 mil mortes pela covid-19, o retrocesso nas políticas públicas de preservação do meio ambiente e dos povos originários, o retorno do país ao mapa da fome, o desmonte da cultura e tantas outras recentes violações de direitos unirá nesta data inúmeras frentes de resistência sociais.”

Contra o golpe

Em 2019, também no Ibirapuera, 10 mil pessoas participaram da atividade, sob o impacto de manifestações pró-golpe vindas de autoridades ligadas ao governo. O próprio presidente da República, antes de eleito, se manifestou várias vazes a favor da ditadura. Ainda naquele ano, alguns meses depois, foi lançado manifesto, durante evento no Teatro da Universidade Católica (Tuca), zona oeste paulistana.

*Com Rede Brasil Atual

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