O presidente Jair Bolsonaro (PL) encarna o mau, o péssimo, o antinacional, que não pode continuar sob pena de o povo morrer de fome. Vide o caso dos fertilizantes.
Nos últimos anos, Bolsonaro seguiu à risca os conselhos de Paulo Guedes e da velha mídia corporativa, a exemplo da Globo, que advogam a necessidade de privatizar tudo – até os cemitérios – para que o Brasil supostamente volte a desenvolver-se.
Era e é tudo mentira, como a prática vem mostrando.
Bolsonaro privatizou ou desativou as empresas de fertilizantes no país. A Ultrafértil, no Paraná, era uma delas, que foi vendida.
Com a decisão política de vender a fábricas de nitrogenados, o país ficou refém da importação de até 85% de fertilizantes da Rússia e da Bielorrússia.
Com a guerra na Ucrânia, os fertilizantes estão represados na Rússia.
Além de uma crise global de energia, o mundo ainda enfrenta a falta de alimentos – um terreno propício para os especuladores do agronegócio no Brasil. Isso significa que os alimentos sofrerão novos aumentos.
A tese é que parte importante do trigo, milho e cevada que serviriam o planeta está presa na Rússia e na Ucrânia em virtude da guerra, enquanto os fertilizantes do mundo estão presos na Rússia e na Bielorrússia.
Os “mercados” [especuladores] dizem que os preços globais de alimentos e fertilizantes estão subindo e preveem mais altas na comida.
Desde a invasão da Ucrânia, no mês passado, os preços do trigo aumentaram 21%, a cevada 33% e alguns fertilizantes 40%.
No caso concreto brasileiro, some-se a crise dos preços dos combustíveis – que é uma picaretagem à parte.
O governo Bolsonaro mantém a política de paridade internacional de preços da Petrobras enquanto ele esconde a caneta que poderia acabar com essa farra.
Também salta aos olhos a venda das refinarias de petróleo, que, necessariamente, visa transformar o Brasil numa nação dependente do estrangeiro enquanto, contraditoriamente, é autossuficiente e um dos maiores produtores do mundo desse estratégico óleo.
*Por Esmael Morais