O governo Bolsonaro recentemente endossou resoluções no sistema das Nações Unidas que condenam a invasão do território ucraniano por forças russas. Mas o Ministério das Relações Exteriores tem colocado em declarações sinalizações que contemplam argumentos defendidos pelo governo russo, num movimento que preocupa diplomatas americanos e aliados.
Interlocutores dizem que as posições do Itamaraty têm sido definidas no mais alto nível e passado pelo crivo do Planalto. Em alguns casos, o ministro da Defesa, Braga Netto, também é chamado a opinar.
Receios em apoiar Putin
Esse receio de governos contrários ao russo é o de que as referências pró-Moscou sejam um prenúncio de uma mudança nos votos do Brasil, atualmente membro do Conselho de Segurança da ONU. Interlocutores no governo Bolsonaro ouvidos, porém, disseram que até o momento não está no radar uma alteração de rota.
Os negociadores estrangeiros, ao mencionarem essa preocupação a autoridades brasileiras, recebem como resposta que o país é contra a violação das fronteiras ucranianas —mas que isso não o obriga a endossar integralmente a linha de ação das potências ocidentais e que a postura do Itamaraty tem sido coerente.
*Por DCM