A Ucrânia pode “certamente” lançar ataques “preventivos” com mísseis na vizinha Bielorrússia, disse nesta terça-feira (1º/03) o secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Alexey Danilov.
– Se necessário, se o comandante em chefe tomar tal decisão, será feita – disse Danilov à emissora Ukraine 24.
A ameaça ocorre em meio a repetidas alegações de tropas bielorrussas supostamente participando da operação militar em andamento contra a Ucrânia lançada pela Rússia na semana passada. Nenhuma evidência sólida do envolvimento da Bielorrússia, no entanto, surgiu com Minsk insistindo que não esteve envolvido na operação.
A posição foi reiterada pelo presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, no início do dia, que disse que todas as tropas do país permanecem em suas bases e instalações permanentes. Ao mesmo tempo, Lukashenko advertiu contra ameaças ao seu país, alertando que a Bielorrússia estava pronta para se defender, se necessário.
Eles [os militares] estão prontos, todos estão prontos. E se a mobilização for necessária, verificamos todas as listas – dentro de 2-3 dias mobilizaremos todas as unidades que precisam ser mobilizadas em tempo de guerra – disse Lukashenko.
A operação militar russa em larga escala na Ucrânia começou na quinta-feira passada, com o presidente Vladimir Putin explicando que era a única opção que restava para impedir que Kiev atacasse as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk. A Ucrânia, no entanto, classificou o ataque como “não provocado”, insistindo que não está tentando recapturar as regiões.
Donetsk e Lugansk se separaram da Ucrânia em 2014, após os protestos de Maidan, que resultaram em um golpe que derrubou o governo democraticamente eleito de Kiev. Novas autoridades ucranianas lançaram uma operação militar para reprimir a rebelião, com as hostilidades crescendo em um conflito de anos. Embora o combate ativo tenha terminado com os acordos de Minsk de 2014-15, o roteiro para sair da crise nunca foi realmente implementado, com a guerra de baixa intensidade continuando na região desde então.
*Por Esmael Morais