Depois de errarem sobre ataque russo, Biden e Johnson voltam apostar em invasão na Ucrânia

Depois de errarem sobre ataque russo, Biden e Johnson voltam apostar em invasão na Ucrânia

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, cometeram a “barriga” do ano na última quarta-feira (16/02) ao anteciparem um ataque da Rússia contra a Ucrânia que não ocorreu.

“Barriga” em jornalismo causa vergonha porque é uma informação errada que foi publicada. No caos de Biden e Johnson, eles tiveram assistência da mídia acrítica que funciona no Ocidente como assessora de imprensa de governos, poderosos, enfim, do sistema financeiro.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse neste sábado (19/02) que uma invasão da Ucrânia “ecoaria em todo o mundo”, em um discurso alertando para “um longo e hediondo período de represálias, vingança e insurgência” se o presidente Vladimir Putin invadir o país vizinho. Ele disse que a Rússia está tentando semear confusão por si só, mas também disse que ainda tem esperança de uma resolução diplomática.

A Rússia, por sua vez, aponta histeria de EUA e Reino Unido – embora os russos afirmam que um projétil da Ucrânia atingiu um prédio residencial na região de Rostov, que é uma das cidades mais antigas da Rússia e um importante centro turístico.

O projétil explodiu no território do distrito de Tarasovsky, na região de Rostov, a 1 quilômetro da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. A explosão ocorreu às 4h, horário de Moscou, a 300 metros de uma casa.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, comunicou que as Forças Armadas do país não dispararam contra o território da Rússia.

– Refutamos resolutamente todas as acusações de que os projéteis ucranianos teriam atingido o território russo. A Ucrânia não realizou tais ataques – escreveu no Twitter o ministro das Relações Exteriores.

Apesar de ucranianos e russos tentarem atenuar as tensões na região, americanos e britânicos jogam mais gasolina na fogueira.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, por exemplo, insiste que a Rússia está “preparada para atacar” a Ucrânia, ecoando os comentários do presidente Joe Biden ontem de que ele acredita que a decisão de invadir já foi tomada.

Na mesma toada, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, alertou sobre “custos econômicos significativos e sem precedentes” se a Rússia invadir, dizendo ao presidente russo Vladimir Putin para não subestimar a força do Ocidente.

Como resposta às provocações e explosões verbais, a Rússia testou mísseis balísticos com capacidade nuclear neste sábado – como parte de exercícios anuais que foram adiados – o que muitos interpretaram como uma demonstração de força alertando a Otan para não se envolver na Ucrânia.

O governo alemão pediu a todos os cidadãos germânicos que deixem a Ucrânia imediatamente. Enquanto isso, a companhia aérea Lufthansa suspendeu os voos para Kiev.

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, disse que Putin estaria cometendo um “erro grave” se invadir a Ucrânia, acrescentando que espera que uma solução diplomática ainda possa ser alcançada e descartou as alegações russas de genocídio na região de Donbas como “ridículas”.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, disse que “a paz internacional não pode ser dada como certa” e alertou que Putin “só terá mais Otan” em suas fronteiras em meio à agressão contra a Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, lançou exercícios envolvendo as forças da tríade nuclear, de acordo com seu secretário de imprensa, Dmitry Peskov. No entanto, o Ministério da Defesa da Federação Russa assegura que essas manobras estão planejadas.

As Forças Aeroespaciais do Distrito Militar do Sul, as Forças de Foguetes Estratégicos do Mar Negro e as Frotas do Norte participam dos exercícios.

*Por Esmael Morais

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