A turma que faz parte ou integrou o governo Bolsonaro vive uma ‘corrida do foro’ – a busca desenfreada por proteção contra processos que tramitam no Tribunal de Contas da União (TCU), investigações originadas a partir de operações da Polícia Federal ou de denúncias oferecidas pelo Ministério Público.
O assunto virou corriqueiro nos corredores do Tribunal: Damares Alves e Abraham Weintraub são casos clássicos, mas há outros. Nem Hamilton Mourão se salva.
Onyx Lorenzoni, Capitã Cloroquina, Eduardo Pazuello, Ricardo Sales, Marcelo Queiroga, Tereza Cristina, Flávia Arruda, Rogério Marinho, Fábio Faria, Tarcísio Freitas, Mário Frias, Sérgio Camargo, Roberto Jefferson, Daniel Silveira, Luciano Hang e mais dezenas de ministros, ex-ministros, políticos, empresários, defensores ferrenhos e colaboradores do atual governo, não há um que despreze o valor de um foro privilegiado.
Somente com um mandato é que poderão adiar o encontro com a Justiça, e por isso alardeiam a pretensão de candidaturas aos mais diversos cargos – no Legislativo e nos governos estaduais.
Vejamos o caso de Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que virou alvo de representação do procurador Lucas Furtado.
Ele pediu junto ao TCU para investigar irregularidades em uma viagem envolvendo a pastora de almanaque.
A visão escatológica de Damares e a escapada de Weintraub
Damares conduziu parentes da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
Damares não sabe se concorre ao senado, à vice de Bolsonaro e a uma vaga de vereadora em São Carlos. Fato é que a ideia não sai do ser radar. Weintraub, seu ex-colega, voltou ao país e ensaia uma candidatura ao governo de São Paulo.
O sucesso nas urnas é a garantia para se proteger nos tribuinais
Casos de desmandos, com investigações e processos, como os de Damares e Weintraub, envolvem um número de membros do governo de forma nunca antes visto na história do país.
É o que justifica tanta gente correndo para tentar a sorte nas urnas.
Quem se der bem, vai conseguir adiar o acerto de contas. Os que ficarem para trás, esses estão com os dias contados.
*Por DCM