Bretas impede advogado que o delatou de atuar em processo da Lava-Jato contra Rei Arthur.
Juro que não entendi nada ontem. A mídia soltou a notícia de que Gilmar Mendes estava fungando no cangote de Bretas, fato que o deputado do PT, Paulo Pimenta, compartilhou em seu twitter e Bretas o ameaçou de processo. Mas não deu um pio sobre a notícia veiculada na Veja ou qualquer tremelique contra Gilmar, errando de propósito a mira.
Agora, Lauro Jardim, de O Globo, corneteia o marombeiro tardio com a notícia que dá conta que, nas sombras da Lava Jato, Marcelo Bretas decidiu impedir, na segunda-feira, que o criminalista Nythalmar Dias Ferreira atue como representante de Arthur César de Menezes, o Rei Arthur, num dos processos da Lava-Jato do Rio contra o empresário. O juiz utilizou o Código de Processo Penal e um entendimento do STJ para determinar que o advogado se afaste do caso. Nythalmar é autor de uma delação premiada que envolve Bretas.
Ao dar prazo de 15 dias para que Arthur apresente-se com uma nova defesa no processo, que apura se ele cometeu o crime de lavagem de dinheiro, Bretas destacou que seria “inconciliável” a presença de Nythalmar no mesmo processo que o juiz.
Para o magistrado, a celeuma poderia fazer com que a própria imparcialidade viesse a ser questionada no processo. Como solução, ele afastou Nythalmar, alegando que não se pode criar fatos que obriguem o juiz natural do caso a se declarar suspeito.
Em delação entregue a PGR no ano passado, ainda sem homologação do STJ, Nythalmar acusou Bretas de agir com parcialidade ao julgar a Lava-Jato fluminense — ele seria “policial, promotor e juiz” contra os réus. Para Bretas, que se defende de um pedido de afastamento feito pela OAB com base nessas declarações, tudo não passa de “ilações” e “suposições fantasiosas”.
Ontem, Gilmar Mendes, do STF, determinou que o CNJ, onde o pedido contra o juiz está sendo avaliado, receba as supostas provas contra Bretas, incluindo a delação de Nythalmar.