Com diversos embates colecionados com o Supremo Tribunal Federal (STF) em sua gestão, Bolsonaro traçou uma estratégia para mirar o Judiciário, caso seja reeleito. Auxiliares do presidente relataram à coluna que ele está focado em eleger o maior número de senadores possível, para que tenha apoio em novos embates contra ministros da corte. Bolsonaro ainda sonha com o impeachment de Alexandre de Moraes, magistrado responsável pelas ações contra ele e seus apoiadores, informa Bela Megale, O Globo.
Em agosto do ano passado, no auge da crise com o Judiciário, Bolsonaro apresentou ao presidente da Casa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), um pedido de impeachment do ministro, mas a solicitação foi rejeitada por Pacheco. Bolsonaro também havia prometido representar contra o ministro Luís Roberto Barroso, mas não levou a medida adiante.
Aliados de Bolsonaro afirmam que o presidente vê o Senado como a única Casa com poder de “ter algum controle” sobre o Supremo dentro das quatro linhas da Constituição. Só o Senado pode abrir um processo de afastamento de ministros do STF. Esse fato, porém, nunca aconteceu.
O presidente vem defendendo nomes como o do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) para concorrer ao Senado. Silveira chegou a ser preso no ano passado após divulgar um vídeo com discurso de ódio e ataques a ministros do STF. Ele foi parar atrás das grades por ordem de Moraes que foi referendada pela corte. Aliados do presidente veem seu movimento a favor de Silveira como parte do plano para eleger um Senado de perfil mais beligerante contra o Supremo.