O ditador romano Júlio César, no ano 63 Antes de Cristo, cunhou uma célebre frase que ainda é muito usada no mundo da política: “A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”.
O suspeito ex-juiz Sergio Moro (Podemos) não é a mulher de César, mas teve sua honestidade questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público.
O TCU colocou Moro no bico do corvo ao solicitar do escritório Alvarez & Marsal, nos Estados Unidos, informações sobre o contrato do pré-candidato a presidente da República.
O tribunal acatou pedido do Ministério Público, que quer saber sobre os processos de recuperação judicial na qual a firma Alvarez & Marsal participou como administradora judicial. Ou seja, deseja saber as varas que tramitam as broncas e os valores dos honorários pagos a Moro.
A decisão do ministro do TCU, Bruno Dantas, investiga se Sergio Moro cometeu a ilegalidade chamada “revolving door” [porta giratória] em que o servidor público tira vantagem quando migra para a mesma área no setor privado.
Já é sabido que a Alvarez & Marsal, da qual Moro foi consultor, era a responsável pela recuperação judicial da Odebrecht, empreiteira cujos executivos foram sentenciados pelo ex-juiz na Operação Lava Jato.
Sergio Moro sentiu a bicada no corvo e por isso se defendeu no Twitter: “Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflito de interesses. Repudio as insinuações levianas do Procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma.”
O ex-juiz ainda escreveu na rede social: “Trabalhei 23 anos na carreira pública. Lutei contra a corrupção neste país como ninguém jamais havia feito. Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família. Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões.”
“A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”, repetiam os petistas nesta terça-feira (28/12) como se fosse um mantra.
Por sua vez, durante o dia de hoje, Sergio Moro jurou que é honesto.
*Por Esmael Morais