Primeiramente, João destacou a força eleitoral de Lula na região Nordeste e também lembrou que Alckmin poderia complementar a força da chapa com uma fatia do seu eleitorado no Sudeste.
“Lula tem força no Nordeste e no eleitorado de esquerda. Acho que Alckmin cumpre esse papel complementar, alguém do Sudeste, que dialogue com as forças econômicas e com um campo mais de centro. É preciso certo pragmatismo de compreender que no passado podem ter existido diferenças, mas que essa eleição não é trivial”, disse em entrevista ao O Globo.
Questionado se a chapa não seria uma incoerência de Lula, o líder socialista lembrou que o país vive “um tempo histórico bem diferente” e “tem que haver um esforço de todo mundo ceder em algo, porque o país não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro”.
Ainda na avaliação de Campos, os grandes protagonistas da disputa presidencial serão Lula e Bolsonaro. “Vejo ele [Bolsonaro] e Lula como os principais atores, em termos de tamanho. Ambos são capazes de mobilizar multidões, embora sejam bem diferentes. Um é autoritário, outro é democrata”.
Por fim, o socialista avaliou positivamente a decisão de Lula em prestar solidariedade aos irmão Cid e Ciro Gomes que foram alvos de uma operação da Polícia Federal com características de lawfare.
“Lula teve um gesto importante após essa operação contra Ciro, que foi conduzida como algo muito exagerado. Um processo de quase dez anos em que ele não havia sido intimado em nenhum momento. O movimento de Lula, de externar respeito por Ciro, é o que precisamos. Eventualmente, podem ser adversários numa eleição, mas não podemos deixar a corda romper”.