O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), vai enfrentar uma greve geral de servidores públicos entre os dias 13, 14 e 15 de dezembro. A informação é do Fórum das Entidades Sindicais (FES) e a União das Forças de Segurança (UFS). O movimento será engrossado por educadores, que, segundo a APP-Sindicato, sofrem ataque do inquilino do Palácio Iguaçu.
“Nós precisamos juntar forças e fazer essa luta, mesmo com as dificuldades do final de ano. É pela nossa carreira e pelo nosso futuro. Eles contam com o nosso cansaço. Nós contamos com cada um de vocês”, sintetizou Walkiria Mazeto, nova presidenta da APP, empossada esta semana.
A organização do movimento está convocando todas as servidoras e servidores públicos do Estado para uma vigília a ser realizada nos próximos dias 14 e 15 de dezembro em frente ao Palácio Iguaçu e Assembleia Legislativa para protestar contra a proposta do governador Ratinho Junior, que estabelece a reposição da inflação de 3% nos salários do funcionalismo público do Paraná.
De imediato, servidoras e servidores exigem 6,39% a serem pagos em janeiro, referentes à dívida já reconhecida pelo Tribunal de Justiça da Lei 18.493/2015, devidos desde 2017. Sobre a reposição da inflação dos anos subsequentes até a data base do ano que vem, o FES vai refazer os cálculos e os demais valores serão cobrados em luta e mobilizações para maio de 2022.
Segundo o FES, o governador está se aproveitando dos últimos dias de trabalho na Assembleia Legislativa para passar todos seus projetos de desmonte do serviço público e ataques aos direitos de servidoras e servidores.
Além do projeto que concede migalhas de reposição inflacionária, afirmam as entidades sindicais, há também o projeto de Lei Geral das Universidades, já discutido e rejeitado pelas comunidades acadêmicas. Tudo isso está em regime de urgência na Alep.
Eles ainda alegam que o governo também se aproveita da pandemia, com acesso restrito na Alep e dificuldades para mobilizações de massa, para passar o trator nas pautas sem nenhuma discussão com servidoras e servidores e seus representantes legítimos, os sindicatos.
Professores denunciam desmonte do Plano de Carreiras
A mobilização busca pressionar os deputados por alterações no PLC 12, o projeto do Piso de Ratinho Junior.
Embora avance na adequação do salário de ingresso, reivindicação histórica do Sindicato, o PLC 12 desmonta o Plano de Carreira dos professores, achata a tabela, abre caminho para transformar o Piso em teto, retira direitos de funcionários e abandona aposentados.
“Os aposentados ficam só com 3%. Para funcionários é mais grave, pois eles ainda perderão o adicional noturno. Esse projeto é pior que o de Beto Richa em 2015. Cria uma divisão na nossa categoria e desmonta o que construímos até hoje como concepção de carreira. Isso não é valorização. Isso é desmonte”, explicou Walkiria.
Deputado Arilson Chiorato chama de “jogada de marketing” de Ratinho
O deputado estadual Arilson Chiorato (PT) publicou vídeo nas rede sociais afirmando que gratificação não é aumento e que destruir a carreira dos educadores não é valorização.
Segundo o parlamentar, o projeto sobre a aplicação do Piso dos professores paranaenses, de autoria do Governo do Estado, é uma armadilha. “Um verdadeiro descaso e desrespeito com os profissionais da educação do Paraná”, denuncia.
Arilson disse que as gratificações são marketing eleitoral a exemplo do que ocorre no pedágio, que é anunciado como “fim” mas vem aí mais 30 anos de cobrança e mais 15 praças de pedágio no estado.
Gratificação não é aumento e destruir a carreira dos educadores não é valorização! O projeto sobre a aplicação do Piso dos professores paranaenses, de autoria do Governo do Estado, é uma armadilha! Um verdadeiro descaso e desrespeito com os profissionais da educação do Paraná! pic.twitter.com/zFzxUwsX3Y
— Arilson Chiorato (@arilsonchiorato) December 8, 2021
*Por Esmael Morais