“Lula, que insiste que ainda não é candidato, recebe elogios em Bruxelas”, diz o Euractiv, principal veículo especializado na cobertura europeia.
“O ex-presidente do Brasil Lula da Silva, que nesta segunda-feira voltou a insistir que até fevereiro ou março não decidirá sobre sua candidatura às presidenciais de 2022, recebeu nesta segunda um banho de elogios em Bruxelas, durante ato dos socialdemocratas europeus para falar da América Latina”.
“Aquele que ainda exerce uma das principais lideranças da esquerda latino-americana definiu o atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, como uma ‘copia ruim’ do ex-presidente Donald Trump e, apesar de suas declarações, negou que esteja fazendo um ‘um discurso de campanha’”, observa.
O resto dos participantes do ato dos socialdemocratas europeus não escondeu seu desejo de voltar a vê-lo à frente do Brasil e quem o expressou de maneira mais clara foi o ex-presidente de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.
“Uma das razoes mais esperançosas que tem a comunidade internacional pela frente é ver novamente o presidente Lula à frente do Brasil”, declarou Zapatero.
“Lula é o grande mestre da igualdade, o mestre da redução das desigualdades e, por isso, homens como Lula vão ser o que escreverão o século XXI, o século da igualdade”.
“O presidente Lula Lula abrirá um período para a América Latina de união, de integração”, uma “esperança certa de que há por que se animar, alentar e apoiar”.
A publicação citou o discurso de Iratxe García, líder dos socialistas e democratas europeus: “Presidente Lula, agora que o tempo lhe deu razão, cabe-lhe converter a presidência do populista de extrema direita num pesadelo passageiro no Brasil”.
“A espanhola elogiou o mandato do brasileiro, do qual disse que ‘mitigou a insegurança alimentar, aumentou a escolaridade e sabemos que vai voltar a fazê-lo em breve”.
O jornal espanhol El País disse que “mesmo não sendo candidato à presidência do Brasil, Lula, líder nas pesquisas, aproveitou ontem sua visita a Bruxelas para esboçar alguma proposta para as eleições de 2022, ou pelo menos, ensaiar um slogan”.
“Com um discurso muito enérgico, aquele que foi presidente do Brasil entre 2003 e 2011 defendeu sua gestão”.
“Desde que saiu da prisão faz dois anos, a possibilidade de que Lula volte a se candidatar às presidenciais ganha corpo”, afirma o correspondente em Bruxelas, Manuel Vicente Gómez.
O discurso de Lula também chamou a atenção do jornal português Diário de Notícias em relação às eleições: “Lula só decide em 2022 se é candidato a presidente do Brasil”.
“Embora seja apontado como mais do que provável candidato, e o ‘périplo’ que está a realizar na Europa e o tom das intervenções – muito focadas no que fez enquanto presidente do Brasil, entre 2003 e 2010 – indiciem que irá avançar mesmo com a candidatura, Lula da Silva, perante a insistência dos jornalistas, negou que esteja já em “campanha” eleitoral, garantiu que não há nenhuma decisão tomada sobre quem será o ‘rosto’ do PT, e insistiu antes na necessidade de o partido que liderou se apresentar e vencer as eleições, para “reconquistar a democracia para o povo brasileiro”, observou o jornal português.
Quem também destacou a perspectiva de candidatura de Lula foi a imprensa francesa. O Courrier International, do grupo Le Monde, “Lula ‘pronto’ para ser candidato à presidência”, numa citação à palavra usada pelo ex-presidente.
“O anúncio oficial da candidatura de Lula é muito esperado desde que ele se tornou novamente elegível graças a uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que anulou as condenações por corrupção por vicio na forma do processo em março”, explica.
“Ao longo de oito anos de mandato, Lula se beneficiou de uma conjuntura econômica favorável. Com o boom das commodities, ele implementou ambiciosos programas sociais que permitiram tirar 30 milhões de brasileiros da miséria, garantindo-lhe uma popularidade recorde”.
*Por DCM