A greve dos caminhoneiros subiu no telhado, de novo. Uma parte dos caminhoneiros que parou em 2018 e que apoiou Bolsonaro naqueles tempos hoje é refém dos donos das empresas de frete e do próprio regime Bolsonaro e nem ao menos conseguem uma greve que tenha capacidade de impor defensiva no governo. Temerosos de multas por bloqueio de estradas, não conseguem sustentar uma greve com real capacidade de paralisar o país.
Ao que tudo indica, não adianta a esquerda querer ensinar e educar politicamente aqueles que não têm consciência de classe através de discursos no Congresso. Em grande medida, falemos o português claro, estes caminhoneiros nem ao menos gostam de ler e nem ao menos sabem direito o que é Congresso. Que dirá aprender qualquer coisa que seja através de livros, jornais e etc? Mas não subestimemos a capacidade dos caminhoneiros em aprender as lições da vida. Sem dúvidas, neste dia 1 de Novembro de 2021 uma parte significativa da classe dos caminhoneiros aprendeu na prática. Que melhor professor senão a própria dureza da vida?
O “beabá” começou: os caminhoneiros autônomos aprenderam que foram usados pela Direita em 2018 para alavancar um projeto de poder da Extrema Direita. Na época a greve só teve realmente o impacto que teve porque donos das empresas de frete patrocinaram. Hoje, estes mesmos empresários são apoio ativo e diuturno do governo Bolsonaro e não apoiam nenhuma greve, mesmo que a situação do caminhoneiro esteja infinitamente pior.
Por tabela, o que a esquerda lato sensu também aprendeu? Que em 2018 a greve dos caminhoneiros não foi nenhum movimento de resistência da classe trabalhadora desse setor, foi uma articulação criminosa de empresários que apoiaram a eleição de Bolsonaro. São criminosos e deveriam ser tratados como tal.
O que se pode concluir? A única saída do povo brasileiro contra Bolsonaro, os golpistas, os neoliberais e etc. é a radicalização total.