No dia em que a CPI da Covid aprovou a terceira convocação de Marcelo Queiroga para prestar depoimento, o ministro da Saúde foi ao Conselho Federal de Medicina (CFM) para uma reunião com a entidade. O depoimento foi marcado agora há pouco, em almoço dos senadores no gabinete de Omar Aziz, para dia 18 próximo, véspera da leitura do relatório final.
O clima azedou para Queiroga, nesta quinta, último dia previsto para depoimentos na comissão, depois que a Conitec — supostamente por pressão do Planalto — retirou da sua pauta de deliberação um parecer que contesta o uso da cloroquina para tratamento de Covid.
O CFM é acusado por senadores de ser o fiador do tratamento ineficaz e houve pressão para que o presidente do conselho fosse convocado a depor. Ontem, o relator Renan Calheiros anunciou que, mesmo sem ser chamado a falar, Mauro Ribeiro passa a integrar a lista de investigados da comissão. A visita de Queiroga ao CFM hoje caiu como provocação à CPI.
Paralelamente, o humor em relação ao ministro ficou pior porque, expirado o prazo de 48 horas, Queiroga não mandou as respostas a um questionário enviado pela CPI, com perguntas, por exemplo, sobre o plano de vacinação para 2022.
*Lauro Jardim/O Globo