“Eu acabei com o PT”. Esse é o slogan de Eduardo Cunha (MDB), ex-presidente da Câmara, que anuncia disputa por uma vaga de deputado nas eleições de 2022. Ele mudou o domicílio eleitoral do Rio para São Paulo.
Cunha é considerado o pai, do impeachment de Dilma Rousseff (PT), responsável pela ascensão de Michel Temer (MDB) em 2016 e, consequentemente, da eleição de Jair Bolsonaro em 2018.
Em setembro de 2016, Eduardo Cunha teve o mandato cassado pelo plenário da Câmara dos Deputados.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que penalizou Cunha a 14 anos e 6 meses de prisão, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a condenação no dia 14 de setembro último e caiu o enquadramento na Lei da Ficha Limpa.
O STF acolheu a tese da defesa de que o ex-juiz Sergio Moro não tinha competência para julgar Cunha, por isso o processo foi remetido à Justiça Eleitoral.
No entanto, o ex-deputado continua inelegível por ter perdido seus direitos políticos ao ter seu mandado cassado em 2016. É contra isso agora que ele se insurge.
Eduardo Cunha perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar, após a Câmara julgar que ele mentiu à CPI da Petrobras ao negar em depoimento que era titular de contas no exterior. Com isso, perdeu seus direitos políticos por oito anos contados a partir do fim daquela legislatura (até 2026).
O ex-presidente da Câmara acha que conseguirá disputar as eleições 2022, ao cargo de deputado, por São Paulo, usando como precedentes os casos de Demóstenes Torres e Delcídio do Amaral, que também foram cassados, mas conseguiram anular suas condenações na Justiça.
Se Cunha vai concorrer por São Paulo, por óbvio, a filha dele, Danielle Cunha, irá disputar a Câmara pelo Rio de Janeiro.
Resumo da ópera: a política continua sendo coisa de família e para a família, por isso é fundamental que mais pessoas entrarem nessa disputa para cuspir na estrutura, como diria Raul Seixas.
*Por Esmael Morais