O presidente Jair Bolsonaro promete atravessar o Rubicão no 7 de setembro, Dia da Independência, promovendo manifestação contra o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional e a favor da instituição de uma ditadura no Brasil ao estilo da de Augusto Pinochet, no Chile, que durou entre 1973 e 1990.
Bolsonaro, assessorado por Paulo Guedes, que já serviu Pinochet, adota a mesma tática do sanguinário chileno: cooptar a polícia militar e os caminhoneiros para tentar um golpe de Estado.
A princípio, as Forças Armadas descartam participar de algum tipo de aventura. A princípio.
O vereador e ex-prefeito do Rio, César Maia, que já viveu como exilado no Chile, lembra que o golpe militar de Pinochet contou com os “carabineros”, por isso promovidos a quarta força armada.
Os carabineros são a polícia [militar] uniformizada criada no Chile em 1927, cujo grito de guerra é “ordem e pátria”.
Dito isso, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública afirma que o apoio a teses extremistas aumentou 29% e crescimento foi maior entre oficiais do que entre praças.
De acordo com o estudo, 27% dos PMs do País interagiram em redes sociais em 2021, compartilhando, comentando ou curtindo publicações de páginas do que a pesquisa chama de “bolsonarismo radical”.
Quanto aos caminhoneiros, no Chile, eles promoveram uma greve de 26 dias –que desabasteceu o país– e culminou no que seria o golpe de Estado que retirou do poder Salvador Allende.
Segundo especulação nas redes sociais, os radicais bolsonaristas estudam invadir STF, Congresso e embaixada da China em Brasília.
“Bolsonaristas querem invadir embaixada chinesa após convite do Bolsonaro para manifestação. A prisão de Roberto Jefferson foi estopim para bolsonaristas assumirem discurso de invasão da embaixada”, diz um dos textos interceptado pelo Blog do Esmael.
CPI da Pandemia x atos antidemocráticos
As manifestações pró-governo previstas para o feriado de 7 de setembro foram tema de debate na CPI da Pandemia na quarta-feira, dia 1º de setembro. O senador Humberto Costa (PT-PE) informou à comissão de investigação que o prefeito de Cerro Grande do Sul (RS), Gilmar João Alba (PSL), foi flagrado com R$ 505 mil em espécie no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Suspeita-se que o dinheiro seria usado para financiar atos antidemocráticos. O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente do colegiado, anunciou que a CPI daria conhecimento do fato ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
*Por Esmael Morais