O deputado Ricardo Barros, líder da bancada bolsonarista no congresso, chegou na CPI da Covid atacando o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues, com uma notificação extra-judicial, exigindo uma retratação do senador pelas declarações dadas ao programa “Profissão Repórter”, que foi ao ar ontem, na Rede Globo.
Arrogante e se achando acima de qualquer suspeita, Barros não foi capaz de explicar de forma convincente propostas que beneficiaram vacinas e medicamentos que seriam importadas e autorizadas pelo homólogo à Anvisa, só que da Índia. Com resposta ríspidas, mas, bem articulado, contou com o apoio incondicional da bancada bolsonarista, na CPI, incluindo Flávio Bolsonaro, que sempre aparece quando a situação se complica para o governo Bolsonaro.
Barros tentou usar uma portaria interna do ministério da Saúde para justificar o pagamento antecipado à Covaxin, em um paraíso fiscal, envolvendo a Precisa Medicamentos, cujo principal sócio era a Global, que recebeu cerca de R$ 22 milhões e nunca entregou os medicamentos adquiridos pelo ministério da Saúde, quando Barros era ministro. A operação é similar ao da Covaxin e pessoas morreram por falta de medicamentos para doenças graves, conforme mostrou o programa “Profissão Repórter”, dessa semana.
Por fim, mais arrogante e belicoso do que nunca, Barros acusou a CPI da Covid de atrapalhar a importação de medicamentos e vacinas. A confusão se estabeleceu e uma espécie de tumulto tomou conta da comissão, após a senadora Simone Tebet, o acusar de mentir, levando o presidente Omar Aziz a interromper e cancelar a sessão.
Ricardo Barros será convocado novamente, porém, como convocado e não como convidado.