Bolsonaro conseguiu colocar a cultura em chamas, depois de quase três anos em que deixou a Cinemateca asfixiada, sem dinheiro para funcionamento.
O incêndio atingiu uma instituição que guarda a memória audiovisual do século XIX, XX e XXI. Acervos de Glauber, Vera Cruz, Oscarito e Grande Otelo. Da Tv tupi e do canal 100.
Assassinato da memória. Impossível não lembrar das fogueiras de livros dos nazistas, ainda que agora as consequências sejam bem mais graves: muito desses filmes em nitrato são irrecuperáveis, e alguns não tem cópia.
Não uso eufemismos para falar da destruição que se aprofunda a cada dia…. “incompetência”, desorganização, populismo, confusão, etc.. o que está em curso é um projeto, não é mero acidente de percurso.
Em qualquer país civilizado, o Ministro do Turismo, Gilson Machado, responderia por essa tragédia. Ele certamente vai sumir nos próximos dias. Vai colocar na mídia o espantalho útil para diversionismo, Mario Frias. Quem deve ser responsabilizado são seus chefes, a começar pelo presidente da República.
*Alfredo Manevy – Foi Secretário Executivo do Ministério da Cultura na gestão Juca Ferreira