Certas perguntas deveriam ser feitas em relação à cloroquina. Uma delas é, por que um presidente fez de um remédio aleatório uma bandeira política, mesmo sabendo que ele pode ser letal e ineficaz contra a Covid? A outra, quem estaria por trás disso, quem está realmente ganhando financeiramente com a cloroquina?
A CPI da Covid tem a missão de responder essas e outras perguntas fundamentais para o brasileiro. Hoje, o diretor-chefe da Anvisa, Barra Torres, deu um passo a diante na comprovação de que pode ter havido um crime, na tentativa de alterar a bula da cloroquina, para inserir o combate à covid-19, como indicação à medicação.
O depoimento de Barra Torres é desastroso para Bolsonaro, já que entrega uma segunda testemunha de que houve a intensão de alterar a bula, que foi um episódio entregue pelo ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta.
Barra Torres não poupou o presidente em nada, simplesmente relatou os fatos, independentemente de ser bom ou ruim para Bolsonaro. É importante ressaltar que Barra Torres não pode perder o mandato na Anvisa, já que cumpre três anos, após indicado pelo presidente. Nesse sentido, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, preferiu não fazer, claramente omitindo diversos fatos, que poderia ser por medo de perder o “emprego”.