O ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, soltou ontem o velho ditado, “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, escondido.
Não é preciso dizer que todos conhecem uma penca de bolsonaristas que defendem as falas, mas na prática, não reproduzem o ramerrão negacionista. Usam máscaras, isolam-se em casa, muitos já vacinaram, mas continuam posando de negacionistas em apoio político a um governo responsável pelo título de pior condução do combate à covid-19, segundo ranking da Bloomberg.
Lógico que é extremamente constrangedor ver o ministro da Casa Civil dizer que tomou a vacina escondido, sem dizer escondido de quem, mas em seguida, depois de justificar que quer viver por motivos absolutamente nobres, disse que tenta convencer Bolsonaro a se vacinar para que o vírus não o pegue novamente, desta vez de forma fatal.
O nome disso é hipocrisia política, é um negacionismo mandrake, da boca pra fora que não se sabe se é um ato mais ou menos responsável, já que a submissão ao chefe do executivo, neste caso, é explícita, mas não deixa de ser emblemática a falsa politização que faz o governo Bolsonaro como um todo, porque, na prática, como na música de Gonzaguinha, o general Luiz Eduardo Ramos disse: “Eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida, é bonita e é bonita”.
*Carlos Henrique Machado Freitas