Com uma leitura trôpega, Bolsonaro fez uma espécie de ordem unida para tentar destituir a sua imagem mundial de monstro amazônico. No lugar, criou um monumento de bonitas intenções na base do “compra quem quiser comprar”. Só faltou ele homenagear Ricardo Salles.
Lógico que o objetivo dessa alegoria toda era, primeiro, criar uma fantasia interpretativa capaz de mudar a sua imagem que hoje figura entre os piores inimigos não só do planeta, mas dos seres humanos.
Por isso, a apoteose climática de Bolsonaro, certamente, não teve outra significação para os chefes de Estado que não seja embuste e cavação de fundo mundial quando, no final de seus inúmeros coices na verdade, sacou o chapéu exigindo uma gorjeta para “seguir” preservando a Amazônia e ampliar logicamente os recursos para promover, na realidade, mais destruição, naturalmente vestido de uma farda do exército brasileiro.
O embusteiro não diria gloriosamente que desmontou todo o aparato construído há anos de fiscalização do Ibama. Jamais diria que estabeleceu uma parceria miliciana com madeireiros, grileiros e outras figuras do intermúndio amazônico.
Na verdade, Bolsonaro apresentou dados de um país que ele odeia, que foi, sobretudo nos governos do PT, exemplo de preservação reconhecido pelo planeta, o que ele classificava como marxismo ambiental.
Mas como o sujeito não vale um tostão furado, vestiu o colete do Ibama, como faz Salles, para transformar a lombriga que é num vulto capaz de, numa rotação de 180 graus, refundar seu próprio governo que arrasta consigo todo o mal que vem fazendo à floresta nos últimos dois anos.
A questão é, algum chefe de Estado vai dar ouvidos ao suplício desse moleque que se associou à cachorrada grileira para destruir a Amazônia?
Duvido, pois não há imaginação exaltada que faça alguém engolir esses disfarces mal-ajambrados que deverão ser pagos a preços fantásticos pelo resto do mundo, segundo a cartilha dessa figura brochante chamada Bolsonaro.
*Carlos Henrique Machado Freitas