Mônica Bergamo foi muito feliz em sua síntese, resumindo: “Tudo o que aconteceu em Curitiba que envolve Lula, não deveria ter acontecido”.
Alexandre de Moraes, talvez por ter tido tempo de expor melhor o seu voto, não fez nenhuma firula jurídica para dizer o óbvio, que a acusação feita por Moro a Lula era um punhado de coisa nenhuma em que nada tinha conexão com nada e que tudo não passou de uma narrativa genérica, vendida pela mídia como se fosse uma verdade harmoniosa. Ou seja, Lula foi um talismã para Moro em que o juiz corrupto e ladrão, elevado a herói nacional pelos holofotes da mídia, usou como objeto em que seu portador atribui o poder mágico de realizar os seus desejos.
Essa foi a gênese da Lava Jato que Alexandre de Moraes soube muito bem desancar usando a própria frase de Moro, lembrada por Cristiano Zanin, para proferir um magnífico voto, resistindo bravamente à tentação de sublinhar afetações jurídicas tão comuns no STF nos últimos tempos. Moraes foi direto no fígado de Moro lembrando o que o ex-juiz escreveu nos autos: “Este juízo jamais afirmou na sentença, ou em lugar algum, que os valores obtidos pela construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram utilizados para pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente”.
Bastou isso para reinar a justiça, e foi em busca desse equilíbrio que Alexandre de Moraes desconstruiu qualquer tentativa da mídia de ainda manter uma guerra intestina contra Lula.
O fato é que Moraes sublinhou com caneta piloto, com requintada realidade a malícia utilizada pela república de Curitiba para transformar falta de provas em um monte de “evidências” que não passavam de fantasias horrorosamente mal-ajambradas, muito mais firmadas em boataria, ficção e fake news do que propriamente num enredo que ao menos desse qualquer sentido à culpa atribuída a Lula.
Lógico que, como Lula é o bife de um prato carregado de gordura transgênica e carboidrato, a miserável Lava Jato que seria o forte apache dos Hércules de Curitiba, desabou de forma penosa, sem direito a qualquer sobremesa, por mais que, num teatro mal encenado, hoje, comentaristas da GloboNews repitam a frase cheia de soberba, que a Lava Jato não acabou.
A completa falta de entusiasmo balbuciada pelos fiscais da moral e da ética demonstrou que até as lágrimas de crocodilo saídas dos olhos do muxoxo Merval Pereira, o mais vingativo dos tucanos da Globo, eram uma apoteótica mentira.
*Carlos Henrique Machado Freitas